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domingo, 6 de novembro de 2011

O AMOR PELO CRIADOR E O AMOR PELAS CRIATURAS



O princípio do ama ao próximo como a ti mesmo é conhecido de todos, mas ainda há muita confusão em torno dele. Todos concordam que devem se amar, embora alguns desejem exterminar grande parte da humanidade fora do seu amor, pensando: “Essas pessoas infelizes! Por que elas deveriam sofrer?”. E é ainda mais surpreendente quão vagamente este princípio se reflete em diferentes religiões.


Como resultado, nós somos esfriados, e não estamos preocupados por não amar nosso próximo. Nossa educação e ambiente têm negligenciado completamente essa questão. Portanto, é hora de parar e pensar: Será que isso é realmente importante? Talvez seja suficiente dar ensinamentos morais às crianças e mostrar respeito elementar entre os adultos. Ou deveria o amor ao próximo ser a meta da vida a cada instante, para cada pessoa e para todos juntos? Nós deveríamos viver apenas para atingir esta qualidade o mais rápido possível?

Esta questão que enfrentamos é extremamente importante. Se nós estamos falando do significado da vida, da realização da meta para a qual viemos a este mundo, então por que nós negligenciamos tanto este princípio? Em essência, nós estamos muito longe de compreender o fato de que este princípio é a lei geral do universo e da natureza. Todas as outras leis que conhecemos, e especialmente aquelas que não conhecemos, giram em torno deste eixo.

Se nós quisermos entender a nós mesmos e o mundo em que vivemos, teremos que alcançar a lei geral da criação. Sem alcançar o amor ao próximo, não seremos capazes de descobrir quem somos e onde estamos. Esta é a chave que nos permite ver toda a imagem corretamente, para compreendê-la, senti-la, nos incluir nela e usá-la para a total auto realização.

Através da aquisição do amor ao próximo na prática, alcançamos a qualidade do Criador. Todas as outras leis são apenas facetas, expressões parciais desta lei fundamental da realidade. É semelhante à forma como a lei da gravidade pode ser expressa de diferentes maneiras, mas, como um todo, ela sempre determina como um objeto é atraído a outro.
Há um fenômeno geral e há casos particulares disso. Existe uma lei universal de doação, e para nós ela é antes de tudo expressa como princípio social, “ama teu próximo como a ti mesmo”. Ao realizar este princípio na sociedade, nós realizamos a lei universal. Ela nos controla, e se quisermos organizar bem nossas vidas, devemos aspirar realizá-la. 


Baal HaSulam, em “Amor pelo Criador e Amor pelos Seres Criados” diz que qualquer um que compre um escravo hebreu, é como se comprasse um mestre para si próprio. Isto quer dizer que se acontecer que uma pessoa tenha apenas uma almofada, ela deve dá-la ao seu servo.
“Ame o próximo como a si mesmo” é a segunda regra que enfrentamos depois de termos aprendido a não fazer aos outros o que odiamos. Esta condição em particular tem altos requisitos.

No estado de “amar o seu amigo como a si mesmo”, não é basta evitar a crítica ou considerar o seu amigo mais baixo que a si próprio. Você deve elevar o seu amigo acima de si mesmo de forma que ele se torne para si a coisa mais importante no mundo. De agora em diante, devo preocupar-me primeiro com ele, como uma mãe que se entrega naturalmente ao seu filho e renuncia a si própria de forma a fornecer-lhe tudo o que for necessário. Devemos relacionar-nos com toda a gente desta forma. Claro, não somos sequer capazes de pensar nisso. Esta condição é-nos tão detestável e repulsiva que não conseguimos sequer imaginar para nós próprios como poderíamos concretizá-la.


Contudo, a Luz que Corrige existe no mundo. Ela age no seu próprio ritmo, de acordo com o plano da criação, e aproxima-nos de forma a que aceitemos esta condição. Quer queiramos quer não, no fim, iremos precisar de satisfazê-la quer por vontade própria quer por pressão através do sofrimento. De uma forma ou de outra, estamos a falar sobre a lei da natureza que hoje está a trazer a toda a gente para o primeiro estado do caminho espiritual, para o princípio de “faça aos outros o que quiser que lhe façam a si”.

Todos nós precisamos sentir que estamos juntos no mesmo sistema, que estamos mutuamente ligados entre nós, que nos entendemos uns aos outros, e estamos dependentes uns dos outros. O sistema integral une-nos em todas as intenções e significados. Nós ainda descobriremos que cada desejo e pensamento de uma pessoa está ligado ao resto das almas.

Claro, não somos capaz de satisfazer esta condição, e nós certamente não a queremos satisfazer. Instintivamente, rejeita-mos e ignoramo-la. Não concordo com esta condição de tal forma que me esqueço imediatamente dela. Portanto, o que devo fazer?

A pessoa precisa realizar exercícios num grupo onde ela ainda assim queira fazê-lo. Ninguém me diz que preciso de perceber a condição em que eu me proíbo de fazer aos outros aquilo que eu detesto para mim próprio. Não consigo concretizá-lo contra o meu desejo, e muito menos amar os outros como a mim mesmo. Não é impossível forçar-me uma vez que não tenho controlo no meu coração. Contudo, sou capaz de realizar ações que irão mudar o meu coração.
Questões surgem aqui: Como posso eu querer algo assim? O que preciso fazer para isso? É aqui que reside um ponto de escolha: eu posso atrair a Luz que Coriige quer para o bem ou para o mal, um dos dois. No fim, eu quererei que ela venha, mas o que é que fará com que eu a queira?

Por um lado, podemos construir um ambiente que me impressionará com a grandeza e importância da meta e que irá direccionar-me para a doação e o amor mútuo. Sob a doação dos amigos, eu ainda desejarei mesmo o que não é importante para mim agora. Então, a Luz virá.

Assim, podemos sentir a falta dos nossos esforços como sofrimento, mesmo uma guerra mundial, até que no fim, precisaremos pedir a Luz que Corrige de qualquer jeito, pedir correção, e pedir bons relacionamentos entre os nossos semelhantes. Por exemplo, hoje, a existência de Israel está sob ameaça, e esta situação negativa deve acordar-nos para a correção. Você quer livrar-se das ameaças? Atraia a Luz que Corrige, e ela fará tudo por si. Nada ajudará além disso. Afinal de contas, um herói não ganha pela força.

Precisamos apenas de nos unir. A nossa unidade irá atrair a Luz ao nosso mundo, e corrigirá tudo. Fará isso gradualmente, de acordo com o seu programa que nós não sabemos. Mas em qualquer caso, a manifestação da Luz no mundo levar-nos-á para o bem.



Da aula diária de Cabalá de 27/10/11, e 30/10/11 www.kab.tv/  “O Amor Pelo Criador E O Amor Pelas Criaturas” Publicado em 27/10 e 02/11 respectivamente  no Blog do Rav:  laitman.com.br