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sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Fundamentos da Natureza Humana

Todo domingo, às 10h da manhã (horário de Brasília), o Bnei Baruch transmite gratuitamente uma palestra introdutória do cabalista Michael Laitman, com duração de 1h e meia, pelo site kab.tv/spa. As palestras são transmitidas em inglês e espanhol, e fazem parte do curso “Fundamentos da Natureza Humana”, iniciado em dezembro de 2007. Esse curso contém todas as bases fundamentais para a compreensão da sabedoria da cabala, e é voltado para iniciantes.

Todas as aulas estão arquivadas no site kabbalahmedia.info. Você pode baixar todas elas de graça e escutar as palestras no seu computador ou mp3. Para sua comodidade, separamos os links das 15 primeiras aulas em espanhol:

(Clique com o botão direito do mouse e escolha "salvar como" para baixar os arquivos)

Aula 1
Áudio: Espanhol
Vídeo:
Espanhol

Aula 2
Áudio: Espanhol
Vídeo:
Espanhol

Aula 3
Áudio: Espanhol
Vídeo:
Espanhol

Aula 4
Áudio: Espanhol
Vídeo:
Espanhol

Aula 5
Áudio: Espanhol
Vídeo:
Espanhol

Aula 6
Áudio: Espanhol
Vídeo:
Espanhol

Aula 7
Áudio: Espanhol
Vídeo:
Espanhol

Aula 8
Áudio: Espanhol
Vídeo:
Espanhol

Aula 9
Áudio: Espanhol
Vídeo:
Espanhol parte 1 & parte 2

Aula 10
Áudio: Espanhol
Vídeo:
Espanhol

Aula 11
Áudio: Espanhol
Vídeo:
Espanhol

Aula 12
Áudio: Espanhol
Vídeo:
Espanhol

Aula 13
Áudio: Espanhol
Vídeo:
Espanhol

Aula 14
Áudio: Espanhol
Vídeo:
Espanhol

Aula 15
Áudio: Espanhol
Vídeo:
Espanhol

Para fazer o download do resto do curso, visite o site kabbalahmedia.info/search.php, digite “fundamentals of human nature” (sem aspas) no campo “Search Text:”; selecione, logo abaixo, em “Match:”, a opção “exact phrase”, e clique em “Search!” no fim da página.

Procure pela aula que você quer assistir. Se ela não estiver na primeira página, clique em “next page >”, no canto inferior direito. Quando encontrar, clique na aula – todos os arquivos disponíveis daquela palestra serão revelados. Escolha o formato que você quer baixar –Áudio ou Vídeo – e clique em SPA para baixar a aula em espanhol.

Aquecimento Global - E daí!?


Com a abundante informação à disposição do público em geral, hoje, todos sabem sobre o aquecimento global e as mudanças climáticas. Mas, como se constata, conhecimento e cuidado nem sempre andam de mãos dadas.

Existem departamentos em universidades dedicados à questão das alterações climáticas, incluindo Climatologia e Estudos Ambientais. Grupos ativistas no mundo inteiro estão trabalhando para aumentar a consciência das pessoas em relação às tendências do clima global; notícias na televisão e na Internet mostram aos telespectadores imagens de satélite de mudanças nas temperaturas oceânicas e geleiras derretendo. Há uma abundância de manuscritos científicos, artigos de jornal, congressos científicos dedicado ao essa questão.

Até a cultura pop já aderiu à campanha. Exemplos disso são o documentário “Uma Verdade Inconveniente”, sobre o trabalho ativista de Al Gore, e animação cinematográfica para crianças "A Era do Gelo: o Derretimento", onde três animais tentam sobreviver à quebra de uma barragem glacial. Estrelas de Hollywood como Leonardo DiCaprio são vozes para a consciência ambiental. DiCaprio já apareceu na capa da Vanity Fair ao lado de um bebê urso polar em uma geleira quebrada no sudeste da Islândia; ele falou sobre isso com Oprah, e adverte em seu filme, “A Última Hora”, que "os seres humanos enfrentam a extinção, como resultado da crise ambiental ".

Outras celebridades que estão aderindo ao movimento são Charlize Theron, Natalie Portman, Tom Hanks, Susan Sarandon e Salma Hayek - só para citar alguns.

O resultado de ser informado

A notícia está se tornando mais dramática a cada dia. Diante de nossos olhos, nós podemos ver prateleiras de gelo antártico desmoronarem e caírem no oceano, e podemos testemunhar os furacões desastrosos que golpeiam os litorais da América.

Não há nenhum debate entre cientistas sobre a existência do aquecimento global, nem sobre suas causas nem suas conseqüências potenciais. Um artigo na revista Science afirmou que dos 928 artigos publicados sobre as alterações climáticas, nenhum discordou do fato de que a atividade humana está mudando o clima.

Porém, mais do que tudo isto, o que está perturbando verdadeiramente é o fato de que quanto mais sabemos sobre o aquecimento global e suas ameaças - menos parecemos nos importar!

Uma recente pesquisa com 1100 americanos, conduzida por cientistas do Texas, A&M University, revelou que "Quanto mais informada é uma pessoa sobre o aquecimento global, menos se sente pessoalmente responsável por este problema, e menos preocupada se sente com o aquecimento global" Em total contradição com aquilo que seria de se esperar, a pesquisa mostra que quanto mais ativamente a mídia fala sobre o problema e mais informados nós estamos, menos conscientes sobre isso nós nos tornamos.

O antídoto para a indiferença

Talvez a nossa indiferença possa ser atribuída ao fato de que ninguém é capaz de oferecer quaisquer soluções viáveis para a catástrofe iminente, ou talvez seja porque nos sentimos sobrecarregados pela abundância de fatos perturbadores. Então escolhemos simplesmente deixar o problema de lado nesse momento. Mas, obviamente, não podemos ignorá-lo quando começar a nos afetar pessoalmente - por exemplo, quando acontece de você ser uma pessoa em Nova Orleans que teve a família inteira eliminada pelo furacão Katrina. Por causa da natureza global do problema, qualquer um de nós pode ser o próximo - então por que não nos importamos?

A Kabbalah explica isto com muita simplicidade: O que nos impede de pensar sobriamente e eficientemente sobre o problema é a nossa ‘esperteza’, nossa percepção estrita e egoísta. Isto nos impede de ver a perspectiva mais ampla, de poder avaliar a total gravidade da situação. Além disso, nosso ego nos cega para o fato de estarmos causando isso para nós mesmos, e, portanto somos capazes de impedir!

O fato é, nós não temos que andar "no caminho do sofrimento" - como a Kabbalah o chama. Se nós desenvolvermos a percepção da doação - uma percepção altruísta, a percepção das conexões entre nós e a imagem panorâmica da realidade, nós colocaremos um fim ao nosso crescente descompasso com a Natureza e corrigiremos nossas ações de acordo com o que a natureza deseja de nós.

Conseqüentemente, para mudar a tendência ameaçadora da mudança de clima e do aquecimento global, nós devemos primeiramente mudar nossa indiferença a eles. Por isso é essencial espalhar o método de Kabbalah pelo mundo, o que significa desenvolver uma percepção que faça com que nós nos importemos e que sejamos capazes de afetar uma mudança.

Texto original:Global Warming—So What!?

Transplantando Nossas Atitudes


Pessoas que receberam órgãos transplantados dizem freqüentemente que subitamente têm diferentes preferências, comportamentos e costumes. Uma pessoa pode repentinamente desenvolver um interesse por artes, e uma pessoa que antes tinha medo de altura pode tornar-se um ávido escalador de montanhas.

Por que isto acontece? É porque as células do órgão implantado têm suas próprias “mentes”, por assim dizer, as quais se lembram das qualidades que partilhavam com o corpo do antigo dono do órgão. Por esta razão, o novo receptor assume certas qualidades e hábitos da pessoa que possuía o órgão antes dele.

A Cabala explica que os humanos – as células individuais da humanidade – são integralmente interconectados dentro do organismo chamado “civilização humana”. E todas as qualidades, hábitos e características podem passar de um corpo inteiro para um órgão, e do órgão para o corpo todo, então nós todos partilhamos nossas qualidades uns com os outros e com toda a humanidade.

Por esta razão, uma mudança em qualquer “célula” ou “órgão” da civilização humana fará com que o corpo inteiro da humanidade adote as mesmas mudanças. Então, se quisermos causar uma mudança positiva no mundo – nós devemos apenas mudar interiormente. Até mesmo uma única pessoa ou comunidade que adote as qualidades de amor e doação influenciará imediatamente o mundo inteiro a se mover na mesma direção.

O método da Cabala foi desenhado expressamente para este propósito. É um método para desenvolver um contato pessoal direto com a qualidade de amor e doação da natureza e assim reverter as atitudes atuais que causam corrupção, exploração, alienação e outras ameaças.

Texto original:Transplanting our Attitudes

Estamos Todos Submersos na Nossa Água Potável




De acordo com recente pesquisa, podemos começar a pensar em nossa água encanada, e até mesmo em nossa água engarrafada comprada, como uma farmácia para todos os fins. Quer sejam antidepressivos ou antibióticos, receitados ou comprados no balcão – se outros os estão tomando, nós também os estamos tomando.

Conectados através da água

Uma investigação da Associated Press, publicada em 10 de março num artigo da CNN chamado “Drogas prescritas encontradas na água potável nos Estados Unidos” atesta inequivocamente que “uma vasta lista de fármacos, incluindo antibióticos, anticonvulsivos, estabilizadores de humor e hormônios sexuais foram encontrados nos reservatórios de água potável de, pelo menos, 41 milhões de americanos”.

Embora o estudo seja focado nos Estados Unidos, ele deixa claro que a situação é similar em todo o mundo. Nos últimos anos, a prescrição de drogas cresceu em níveis recordes, e muitas drogas não metabolizadas ou não usadas estão sendo despejadas nos reservatórios de água. Mesmo que a água seja tratada, limpa e processada antes de ser vendida aos consumidores, pequenas quantidades de drogas, entretanto, nela permanecem. “Mesmo os usuários de água engarrafada e de sistemas de filtragem doméstica, não evitam, necessariamente, essa situação”.

Você provavelmente já sabe que medicação nem sempre é saudável. “Pesquisas de laboratório recente descobriram que pequenas quantidades de medicamento afetaram as células embrionárias renais humanas, células sanguíneas humanas e células mamárias humanas cancerosas,” explicou o artigo da CNN. E, obviamente as drogas, contaminando nossos cursos d’água, estão também prejudicando a vida animal por toda a nação e em todo o planeta.

Tente engolir isto

Sabemos sobre a globalização, até mesmo sobre o efeito borboleta, mas com esta nova pesquisa, o que temos diante de nós é um quadro surreal que não cabe tão facilmente nos limites do senso comum: O consumo de drogas de outra pessoa equivale a meu consumo de drogas. O estado de saúde de outra pessoa afeta diretamente o meu, e o que acontece no corpo de outra pessoa afeta diretamente o que está acontecendo no meu corpo.

Desta vez, não estamos falando sobre efeitos psicológicos incertos ou “interconexão” abstrata que as pessoas freqüentemente relacionam com o processo de globalização. Mais do que isso, temos evidências claras e inegáveis que atestam que nossos corpos e nossa saúde estão diretamente interconectados e interdependentes dos corpos e da saúde de todas as outras pessoas que vivem na Terra.

Então, a próxima vez que você vir alguém tomando remédio, admita que você também tomando remédio.

Enxergando abaixo da superfície da água

Por mais chocante que a nova pesquisa sobre água potável possa ser, ela somente nos mostra metade do quadro: ela nos mostra como estamos externamente conectados uns aos outros. Mas, de fato, estamos somente testemunhando um efeito físico de nossa conexão interna. Nós ficaríamos muito mais surpresos se nós soubéssemos quão interconectados e interdependentes nós somos internamente.

Os cabalistas explicam que nossa realidade é dividida em duas partes: a parte revelada e a parte oculta. E o maior segredo que aguarda nossa descoberta, é a verdadeira conexão interna entre nós – no nível de nossas almas. Lá, todas as pessoas estão conectadas entre si literalmente como uma – um corpo espiritual, do qual somos todos células.

Logo que descobrirmos esta conexão, nós saberemos e sentiremos que cada um no mundo é dependente da benevolência de todos os demais.

Conseqüentemente, a crise da água potável é apenas outro passo em direção à percepção de quão próximos nós todos estamos conectados dentro do “organismo” único de nossa civilização terrestre.

Texto original:We Are All in Deep (Drinking) Water

Obesidade: Uma Carência de Comida Espiritual?


Hoje em dia, todo mundo está calculando suas calorias – mas o problema da obesidade só cresce. A Cabalá explica que esta epidemia é outro sintoma de que o homem moderno não está adquirindo sua "comida espiritual".

Não é segredo que a obesidade e o sobrepeso estão aumentando anualmente. De acordo com o The National Center for Health Statistics, nos últimos 20 anos houve um aumento surpreendente da obesidade nos Estados Unidos, e em 2003, 66% dos adultos norte-americanos estavam obesos ou acima do peso.

"Até as crianças ganharam peso", informa a Live Science. "O peso médio de um menino em 1963 era 33,6 quilos; em 2002 o peso médio era quase 38,5 quilos. Entre as meninas, este número passou de 35,1 para 39,9 quilos." A Organização Mundial da Saúde estima que em 2015, aproximadamente 2,3 bilhões de adultos estarão acima do peso e mais de 700 milhões estarão obesos.

Esta epidemia está custando não apenas a auto-estima, bem-estar e saúde das pessoas, mas também grande quantia de dinheiro. De acordo com o The Surgeon General's Call to Action to Prevent and Decrease Overweight and Obesity, o custo da obesidade nos Estados Unidos em 2000 foi superior a 117 bilhões de dólares. O dinheiro é gasto em várias coisas, de dietas a tratamento de doenças associadas à obesidade, sem mencionar os bilhões de dólares que as empresas estão perdendo devido às doenças de seus empregados, relacionadas à obesidade.

Na realidade, os efeitos da obesidade são sentidos por toda a parte. Um especial da CNN no dia 14 de novembro revelou que as companhias aéreas estão planejando cobrar uma controvertida "taxa de gordura", porque pessoas com sobrepeso significam maiores despesas com combustível para as companhias e menos espaço nos assentos para clientes mais magros.

Alguns cirurgiões estão se recusando a operar pessoas com sobrepeso por causa do aumento dos riscos envolvidos; e até mesmo a Disneylândia foi afetada – ela fechou e "renovou" alguns de seus veículos porque muitos clientes, excessivamente grandes, estavam causando estragos - conforme um artigo da Wired Network.

Mas, talvez, o pior de tudo seja as preocupações envolvidas com a saúde. O Centers for Disease Control and Prevention declara que, quanto mais obesa for uma pessoa, maior a probabilidade dela ter problemas de saúde. O nutricionista australiano John Tickell afirma que o diabete tipo II - uma doença associada à obesidade é a doença com o maior crescimento no mundo. Outras doenças relacionadas à obesidade incluem hipertensão, doença coronariana, derrame cerebral e câncer.

A Verdadeira Fome Interior

Inegavelmente, algumas pessoas estão acima do peso devido a fatores hereditários, genéticos. Mas isto responde por apenas 20% dos casos, conforme o nutricionista John Tickell. Os outros 80% estão obesos ou acima do peso simplesmente porque comem demais - uma tendência que tem crescido dramaticamente nos últimos 20 anos.

Por quê? Tickell acredita que "Tudo está na atitude; tudo está no cérebro humano." É isto que determina se uma pessoa será gorda ou esbelta e comerá de forma saudável ou não.

A EMedicine Health divulgou uma opinião semelhante, declarando que algumas das razões para se comer demais podem ser: "depressão, desesperança, raiva, tédio e várias outras razões que não têm nada a ver com fome." Em outras palavras, "os sentimentos das pessoas influenciam seus hábitos alimentares, induzindo-as a comer demais".

A Cabalá estreita ainda mais o número de culpados – é o sentimento de vazio interior que surge da incapacidade de satisfazermos o nosso crescente egoísmo. Nós somos forçados a compensar aquele vácuo interno, a falta de satisfação e a sensação de vazio, com qualquer recurso – um deles é a comida. Em outras palavras, a epidemia de obesidade, que hoje se dissemina mundialmente é outro sintoma do vazio sentido pelo homem moderno.

Satisfação - Não Compensação

O aumento do egoísmo humano faz com que muitos de nós se sintam insatisfeitos, não importa o que façamos. Sempre continuamos "querendo algo", e não importa quantos bens adquiramos, ainda sentimos um vazio por dentro. Este vazio constante nos faz procurar por compensação, e, para alguns de nós, esta compensação é continuar comendo constantemente.

Mas não importa quanta comida consumamos, nosso vazio interior permanece insatisfeito, e a Cabalá explica que isto ocorre porque o que estamos desejando é, na realidade, incorpóreo. Inconscientemente, um desejo espiritual está evoluindo dentro das pessoas, e, no século 21, este desejo é maior (e mais faminto) do que nunca, exigindo sua satisfação.

Esta satisfação só pode ser espiritual, ou se você preferir, "comida espiritual."
Assim, a sabedoria da Cabalá não diz para a pessoa começar uma dieta. Em vez disso, ela trata a raiz do problema, mostrando-nos como satisfazer este desejo espiritual – nossa deficiência mais profunda. Quando finalmente nos dirigirmos à verdadeira carência, pensamentos como, "eu quero algo... mas eu não sei exatamente o que – talvez um pouquinho de sorvete", simplesmente desaparecerão. Como resultado de se engajar espiritualmente, a pessoa começa a pensar num nível completamente diferente. Ela começa a sentir a vida como uma aventura contínua, e, em cada momento da vida, sente-se interiormente energizada e satisfeita.

As crescentes taxas de obesidade e sobrepeso da atualidade não são mais que um sinal de que as pessoas estão desejando uma satisfação que não estão obtendo – a satisfação espiritual. Se entendermos isto, e aprendermos como satisfazer a nós mesmos, não precisaremos mais de algo "extra" do exterior.

Texto original:Obesity: A Lack of Spiritual Food?

O Guardião



Quem é o guarda parado na entrada do mundo espiritual
que decide quem deve entrar e quem não deve?
Uma viagem segundo Kafka, Baal Hasulam,
duas parábolas e um portão.

Franz Kafka (1883-1924) é um dos autores que melhor expressa o crescente sentimento de impotência que sentimos em nossa atual existência. O “mundo Kafkiano” é escuro, sombrio e ameaçador. Seus heróis são incapazes e desamparados, perambulando enquanto tentam (e fracassam) superar seus infortúnios.

Uma das estórias mais famosa de Kafka, ”Diante da Lei”, trata-se de um aldeão, o qual se senta em frente ao “Portão da Lei” pedindo permissão para entrar. Ironicamente, o portão está amplamente aberto, no entanto o aldeão está com medo de atravessá-lo sem a permissão do porteiro. Este lhe advertiu que mais adiante encontraria mais guardas, sendo que cada um seria mais forte do que o anterior.

Abatido pelos obstáculos insuperáveis, o aldeão toma uma típica decisão Kafkiana – sentar ao lado do portão e esperar que abra eventualmente. De tempo em tempo, faz tentativas fúteis para persuadir o guarda a deixar-lo passar, tentando animá-lo com argumentos e esquemas engenhosos. Entretanto, os anos passam, o aldeão envelhece
e o portão continua como antes, fechado!

No crepúsculo de sua vida, o aldeão aproveita uma chance e pergunta ao guarda:
- Como pode ser que todos querem entrar pelo portão da lei, mas eu sou o único que pediu permissão para fazê-lo?

“Esta entrada foi feita exclusivamente para você”, respondeu o guarda. ”E agora eu vou fechá-la.”

O Portão Que Oculta as Respostas

O desejo de atravessar o “Portão da Lei” com o objetivo de descobrir o sistema de forças que governam nossas vidas não é algo novo. A Humanidade sempre procurou descobrir as leis ocultas do universo, conseguir controlá-las, e usá-las em seu próprio benefício.

No século XXI, este desejo alcançou novas alturas. Enviamos foguetes ao espaço, andamos na Lua, estabelecemos uma rede de comunicação mundial, e desenvolvemos um incontável número de máquinas e instrumentos. No entanto continuamos na escuridão quando se tratam de nossa natureza espiritual, nossa essência e propósito de vida.

Continuamos sem respostas a nossas mais profundas questões, como: quem rege nossas vidas? Qual è a origem de nossa realidade? Qual é o significado de tudo isso? E assim como o aldeão na estória de Kafka sentimos que somos governados por um conjunto de leis que ninguém nunca decifrou.

Portanto, quem é este porteiro e por que ele se recusa a nos deixar entrar?
Baal HaSulam na introdução de seu trabalho, Talmud Eser Sefirot (O Estudo das Dez Sefirot), faz alusão à essa resposta com uma parábola a qual é reminiscência da estória de Kafka.:

“É como um rei que queria selecionar seus queridos fiéis e trazê-los para seu palácio... Entretanto, designou alguns de seus servos para guardar o portão do palácio e todas as estradas que conduzissem a ele. Ordenou que de forma astuta desviassem todos aqueles que se aproximassem e os distraíssem do caminho...

Claramente, todas as pessoas que começaram a correr em direção ao palácio do rei foram rejeitadas pela diligência dos guardas. Alguns enfrentaram os guardas e chegaram perto da entrada do palácio. Mas os porteiros eram muito atentos, distraíam e rejeitavam qualquer um que se aproximasse com grande êxito, até que se desesperassem e retornassem da mesma forma que tinham vindo.

Assim, vinham e iam, e retomavam as forças e voltavam, e assim adiante por dias e anos, até que se cansaram de continuar.”

Primeiramente, é difícil de entender o que o rei estava fazendo: Queria ele de verdade trazer para o palácio aqueles que o amavam? Suas ações indicam o contrário, se ele realmente queria que entrassem, não teria sido mais simples abrir o portão e deixá-los entrar?

O dilema na parábola se resolve mais adiante quando entendemos que esta é a forma que o rei encontrou de descobrir quem realmente quer alcançar a entrar no seu palácio:

“E somente os corajosos, os quais a paciência prevaleceu e que superaram aqueles guardas e abriram o portão, foram imediatamente privilegiados com a acolhida do rei. E, portanto, a partir deste momento não precisaram mais enfrentar os guardas uma vez que foram presenteados com bons tratos diante da gloriosa presença do rei dentro de seu palácio.

A Chave

O palácio do rei não é nenhum luxuoso esconderijo repleto de jóias e tesouros. De acordo com os cabalistas, é na verdade uma nova percepção da realidade, quando todos os desejos de uma pessoa são governados pela lei espiritual inclusiva – doação total – a qualidade do Criador. Quando descobrimos esta qualidade de doação dentro de nós e a colocamos acima de nossos desejos egoístas descobriremos o que Baal HaSulam alegoricamente chama de “A Luz gloriosa da presença do Rei” – e que nossos desejos são satisfeitos com abundância infinita.

No entanto, mais do que isso perceberemos que esta Lei Oculta sempre nos afetou mesmo quando não tínhamos a consciência de sua existência. E é neste momento que os portões da Lei Espiritual se abrem a nossa frente.

Portanto, quem são aqueles guardas que devemos vencer no caminho ao palácio do Rei? - à qualidade do Criador de doação? Eles são nossos desejos egoístas. Distintamente do que pensamos, não devemos eliminar nossos desejos. Ao invés disso, precisamos apreender como utilizar este desejo básico com o qual já nascemos para o propósito da doação. Devemos adquirir novas intenções - de Amar e Doar – isso irá mudar nossa forma de usar nossos desejos.

O Caminho

Assim como o aldeão na estória de Kafka, às vezes pensamos que se esperarmos ou rezarmos com suficiente empenho o portão se abrirá por si mesmo. No entanto, os cabalistas nos dizem claramente que tudo depende de nós, e que para vencer nossos guardas internos, nos deram um método de mudança e desenvolvimento interno.

Ao contrário do espírito pessimista da estória de Kafka, a estória de Baal Hasulam contém grande esperança para mudança. Os cabalistas que cruzaram “o portão” com sucesso nos contam que no outro lado, a realidade se modifica completamente no oposto da realidade Kafkiana, da realidade no nosso mundo. Naquele lado, se descobre uma realidade eterna e perfeita governada por só uma lei – a lei do amor.

Texto original:The Gatekeeper

Da Divisão Racial à Harmonia Espiritual




Por que fomos criados diferentes?
Até agora, isto parece ter nos levado somente à separação.
A Cabalá explica como reunir as peças.

As eleições presidenciais americanas de 2008 estão trazendo à tona algumas das mais dolorosas e antigas adversidades sociais: o problema da desigualdade e da discriminação racial, e o racismo. “Embora os debates públicos sobre o racismo pareçam ser um tabu na campanha eleitoral, a maioria dos espectadores sabe que ele existe, consciente ou inconscientemente, na mente de vários norte-americanos, como um fator crucial que afeta seus comportamentos na votação,” informa o The China Post.

Por um lado, os Estados Unidos percorreram um longo caminho desde a era colonial, quando escravidão, segregação e reservas indígenas eram uma realidade diária. Contudo, se você fala com representantes de qualquer grupo étnico americano, eles provavelmente dirão que sentem a dor do racismo quando se relacionam com outros grupos. Diariamente, a mídia é recheada de reportagens sobre crimes hediondos cujas vítimas foram atingidas com base na raça ou grupo étnico.

Centenas de grupos radicais, separatistas, supremacistas e racistas estão operando abertamente nos Estados Unidos, reivindicando o direito à liberdade de expressão e opinião. O Southern Poverty Law Center's Intelligence Project contou 844 grupos radicais nos Estados Unidos, em 2006. Estes incluem organizações conhecidas como a Ku Klux Klan, a Aliança Nacional, o Movimento Nacional Socialista, e a Nações Arianas. Ninguém está a salvo deste fenômeno – sejam nativo-americanos, asiáticos, afro-americanos, latino-americanos, judeus, muçulmanos, brancos, entre outros.

Certamente, os Estados Unidos não é o único lugar no mundo com este problema, e talvez manifestações mais intensas de racismo possam ser vistas em nações como Darfur, onde o racismo conduz ao genocídio. Entretanto, nos Estados Unidos o problema da segregação e da desigualdade racial resiste profundamente porque os Estados Unidos sempre foi uma nação de diversidade, geralmente conhecido como o "caldeirão" – desde o início ele era composto por uma mistura saudável de raças e nacionalidades.

Mas, ao invés de ser resolvido, o problema do ódio racial parece ter piorado nos últimos anos. O SPLC Intelligence Report afirma que “2007 foi outro ano marcado por níveis surpreendentes de ódio racial nos Estados Unidos", e "O número de grupos radicais operando nos Estados Unidos aumentou para 888 no ano passado, um aumento de 48% desde 2000".

Se os Americanos não puderam superar suas diferenças raciais, tendo todas as condições ideais para tal à sua disposição, então que esperanças podem ter os outros paises para resolver este mal universal? Nós estamos condenados para sempre a continuar odiando e machucando uns aos outros por causa de nossas qualidades inatas, como a cor da pele e a origem étnica?

Moovendo-se Além Das Diferenças e Para a Harmonia


"...o propósito da Criação encontra-se nos ombros de toda a raça humana,
seja negra, branca ou amarela."
Cabalista Yehuda Ashlag (Baal HaSulam),
"The Arvut" ("A Garantia Mútua")

A Cabalá explica que o ódio entre as raças resulta de nossa natureza egoísta, a qual automaticamente não gosta de qualquer um que seja diferente dela, e sente-se atraída por aqueles que são semelhantes. Nossa percepção egoísta faz com que vejamos qualquer um que seja diferente de nós como um estranho, separado e desconectado de nós.

Entretanto, os Cabalistas também explicam que nós estamos intimamente interconectados e existimos como um conjunto perfeito, um organismo harmonioso. A harmonia e a perfeição do organismo são criadas graças às diferenças existentes entre nós! Em outras palavras, a harmonia só pode ser criada quando os opostos se unem.

Devido a isto, a nossa situação é muito simples: Naturalmente, há muitas diferenças entre nós e não precisamos eliminar estas diferenças; por mais que tentemos, seria impossível. Nós deveríamos, de preferência, encontrar uma maneira de unir as nossas diferenças, e assim alcançar a harmonia.

Isso não significa que os Cabalistas sejam utópicos, esperando que amemos nossas diferenças apesar da nossa natureza. Na realidade, eles dizem que a nossa natureza atual nunca permitirá que nos relacionemos uns com os outros desta forma.

A única maneira de unir nossas diferenças é transformar nossa natureza. Nós temos que nos elevar acima de nossas percepções limitadas e egoístas e vermos um quadro muito mais amplo – o nível espiritual da realidade. Em outras palavras, devemos desenvolver primeiro uma nova percepção que está fora do nosso egoísmo – e então veremos, definitivamente, que as nossas diferenças e diversidades criam um quadro perfeito e harmonioso, chamado pelos Cabalistas de “alma humana comum”.

Nesse momento, todas as nossas diferenças parecerão desaparecer porque elas estarão unidas por uma qualidade superior de unidade, como o Baal HaSulam escreve, “...todos os corpos no mundo se unirão num único corpo e num único coração. E só então toda a felicidade destinada à humanidade será revelada em toda sua glória”. (A Liberdade)

Então, entenderemos porque fomos criados com nossas diferenças e justificaremos sua existência. Nós nos elevaremos da percepção limitada do “O que é diferente de mim é estranho para mim," até a percepção do “O que é diferente de mim me complementa e cria harmonia comigo”.

Texto original:From Racial Rifts to Spiritual Harmony

Ser ou Não Ser?


"...ter emergido do nada, ter um nome, ter consciência de si mesmo, profundos sentimentos internos, um anseio pela vida e auto-expressão - e ainda com tudo isto, morrer. Parece uma piada."
(Ernst Becker, A Negação da Morte)

Mais do que uma piada, a Kabbalah nos mostra que a vida e a morte não são de forma alguma o que pensávamos que fossem.

A morte é, ainda que fascinante, fenômeno que todos nós enfrentamos. Em um ponto ou outro, ela toca a vida de cada um de nós, forçando-nos a indagar, profunda e aparentemente, questões sem respostas. As crianças começam a querer saber sobre este fenômeno desde muito cedo. Mesmo que a curiosidade apareça por meio da morte de um animal de estimação ou um parente da família, as crianças começam a perguntar porque as pessoas morrem, para onde vão depois da morte e se alguém volta de lá, do "outro lado".

Adultos não são menos intrigados quanto ao assunto sobre a Morte. Alguns de nós adoram ver um excitante filme de terror, com cenas terríveis onde o morto se levanta de seu túmulo no meio de uma escura e fria noite. Posteriormente existem vários dramas psicológicos sobre este tópico, como filmes onde um querido ente falecido está presente na vida do protagonista. Tais cenários não se restringem só ao cinema. Muitas pessoas vivem maravilhosamente se "comunicando" com a morte. Qualquer um que tenha estudado a Bíblia, sabe sobre a "ressurreição da morte", esperada que ocorra com a vinda do Messias..

Assim falou o Senhor Jehovah: " Aguardem, Eu abrirei seus túmulos e propiciarei as suas saídas de seus túmulos...E colocarei meu espírito em vocês, e vocês viverão..." Ezequiel37:12-14

De fato, não só a Bíblia mas o grandioso texto cabalístico do " Zohar, O Livro do Esplendor", fala sobre essa ressurreição: "O morto deve erguer-se com seus defeitos", está escrito no misterioso texto do Livro do Zohar, chamado Emor, (17). Estes textos tentam nos dizer que na realidade testemunharemos uma cena de "filme de terror" na vida real? Seremos nós testemunhas, numa noite de lua cheia, dos mortos emergindo de seus túmulos e se unindo a nós para celebrar a vinda do Messias chegando montado em um cavalo branco?

Quebrando o Mito

Na " Introdução ao Livro do Zohar",o Kabbalista Yehuda Ashlag (Baal HaSulam), autor de SULAM (escada), comentário no Livro do Zohar, ergue o véu do texto do Zohar, descobrindo o verdadeiro sentido por trás da "ressurrreição do morto".

Ele escreve: " Tenha em mente que toda a sabedoria da Kabbalah está fundamentada em questões espirituais que não têm a ver nem com tempo, nem com espaço." (Talmud Eser Sefirot, capítulo 1, item 1).

Em outras palavras, qualquer texto kabbalistico, inclusive as Santas Escrituras, devem ser lidos com uma compreensão que não envolva palavras que lidem com as categorias físicas de tempo, espaço ou qualquer outro objeto físico. Portanto, como compreendemos a descrição bíblica de "ressurreição da morte"?

Primeiro, devemos abandonar o antigo mito de que "o morto" (que é uma coleção de corpos em estágios avançados de deterioração), irá se erguer sobre seus pés, irromper de seus túmulos de mármore e invadir o mundo dos vivos. Assim como todas as descrições contidas nos livros santos,"a ressurreição do morto" é um processo que lida com as almas das pessoas e não com seus corpos.

Uma Linguagem Espiritual

Na Kabbalah e nas escrituras e livros santos, palavras como "cérebro", "ossos" e "carne" não se referem ao nosso corpo físico. Embora por mais surpreendente que possa parecer , estes termos na verdade nomeiam os recipientes espirituais os quais constituem nossas almas. Consequentemente, "a ressurreição da morte" é um processo espiritual aonde revivemos nossos "corpos" espirituais - nossas almas.

Baal HaSulam explica que cada um de nós passará por este processo espiritual durante nosso tempo de vida neste mundo. Para entender isso, devemos saber sobre o processo que nossas almas passaram antes de atingirem seus estados atuais.

"Contemple que antes das emanações serem emanadas e as criaturas serem criadas, a Simples Luz Superior tinha preenchido toda existência e não havia nenhum espaço, assim como uma atmosfera vazia, um buraco ou uma fossa, no entanto tudo estava preenchido com uma Simples Luz Ilimitada ."
Isaac Luria (Ari) Árvore da Vida

O grande kabbalista do século XVI, o Ari, descreve na citação acima, o estado que precede nossa existência. A "Luz Superior" refere-se ao Criador, de quem a única qualidade ou desejo é doar através da Criatura. O pensamento do Criador causou instantaneamente o emergir da alma humana - uma entidade espiritual que consiste em inumeráveis almas individuais, interconectadas.

Uma vez que o Criador sómente deseja dar prazer a Criatura, Ele nos dota com a habilidade de receber todo prazer e abundancia que Ele deseja nos dar. Isso significa que Ele nos criou com uma natureza totalmente oposta a Dele- o desejo de receber prazer.

Logo que o Criador criou este desejo de receber, ou "a alma", Ele a preencheu com uma infinita abundância chamada "Luz". Neste estado, a alma se assemelha a um feto no útero materno, cercado de calor e nutrição, aonde todas as suas necessidades eram supridas. No entanto, assim como um feto, a alma não tinha conhecimento algum do processo pelo qual estava se submetendo ou até mesmo de sua própria existência.

Como a alma não estava ainda consciente de sua própria existência, o prazer que podia sentir nesta fase inicial era limitado: embora estivesse totalmente envolvida pela Luz Infinita, não poderia verdadeiramente desfrutá-la, uma vez que nunca teve a chance de desejar aquela Luz. Da mesma forma que não podemos nos deliciar com uma refeição sem antes desenvolver um apetite para tal, a Criação não podia sentir toda a abundância que o Criador queria lhe doar.

Com o intuito de avançar deste estado, a alma passou por vários processos para desenvolver sua consciência. Ela se tornou separada da Fonte de Prazer, o Criador, porque só assim poderia desenvolver o verdadeiro desejo por Ele. Esta separação do Criador, a ausência de Luz dentro da alma é o que sentimos como "esse mundo". Isto serve a um importante propósito de nos dar a oportunidade de desenvolver nosso desejo e livremente escolhermos retornar ao Criador. Consequentemente, iremos adquirir a percepção de que precisamos sentir a Luz em sua totalidade. Só assim podemos sentir conscientemente como a Luz Superior nos circunda e preenche com infinito calor e amor.

Morte e Ressurreição

O estado "este mundo" é o que sentimos no presente após o Criador ter separado a alma humana de Si e a distanciado de Sua Luz. Esta é uma fase temporária na qual o propósito está em nos tornar capazes de encontrar nosso caminho de volta ao Criador através de nossa própria vontade.

Essa separação do mundo espiritual é também chamada de 'Morte Espiritual', porque não sentimos nossas vidas no mundo espiritual, onde estamos conectados com o Criador .Em outras palavras,"morte espiritual" é o estado onde nossa natureza é tão oposta à natureza espiritual que nem sequer sentimos a existência de um mundo espiritual.

O método da Kabbalah foi específicamente designado para nos ajudar a trasnsformar nossa natureza para que assim possamos voltar a subir para o nível espiritual do Criador. Sómente assim experimentaremos a "ressurreição da morte", significando a ressurreição de nossas almas e nossa habilidade para sentir Sua Luz.

O método consiste em substituir nossa intenção egoísta pela intenção de amar e doar - as qualidades do Criador. Através de todo este processo de correção e ascendência, a pessoa se defronta no meio a uma batalha entre duas qualidades de forças: de um lado a força de receber, e, do outro lado, a força de doar.

Gradualmente se revela para a pessoa sua natureza egoísta, da qual não estava consciente, e que começa a identificar este lado como "morte espiritual". Começa-se a sentir como seus desejos são movidos pelo desejo de "receber" e sente-se repelido por esta qualidade. Eventualmente, atinge um ponto onde claramente consegue identificar a inclinação egoísta que impede a pessoa de ascender ao mundo espiritual e reconectar-se à Fonte da Vida - o CRIADOR.

Neste ponto de percepção, a pessoa rejeita totalmente a intenção egoísta, enquanto ao mesmo tempo sente o maior anseio em se assemelhar ao Criador. Quando uma pessoa volta-se para o Criador com um pedido do fundo de seu coração, o Criador é revelado para esta pessoa, envolvendo-a com o atributo da verdade, amor incondicional e doação.

Quando alguém alcança esta qualidade espiritual, liberta-se de seu egoísmo e adentra ao mundo espiritual. A alma é assim "revivida" ou "ressuscitada" e a pessoa sente a vida espiritual assim como sentia quando foi criada pela primeira vez.

Texto original:To Be or Not to Be?

O Êxodo em Todo o Mundo – Versão Séc XXI

Retirado do livro: "The Path of Kabbalah"
A dramática história do êxodo do Egito é muito mais que um marco histórico no Calendário Hebreu. De acordo com a Cabalá, ela descreve a liberação do egoísmo que toda a humanidade está próxima de experimentar.

Todos os mundos (inclusive este mundo) estão dentro de nós. Não os encontraremos fora de nós. Em outras palavras, não somos nós que estamos dentro dos mundos, mas, os mundos é que estão dentro de nós. Fora de nós existe apenas o Criador, a Luz Superior.

As pessoas em nosso mundo estão convictas que estão dentro algum tipo de existências, uma realidade que foi criada antes que nós entrássemos nela. Porém, isto é uma ilusão. Não existe nada fora de nós a não ser a Luz do Criador. Esta afeta nossos sentidos de tal maneira que sentimos as coisas como sólidas, líquidas ou gasosas, como vegetativo ou animado.

Tudo o que imaginamos e podemos ver ao nosso redor, é construído pelos nossos próprios sentidos que nos fazem ter a sensação que tudo existe fora de nós. Entretanto, a verdade é que nada existe fora, apenas o Criador.

Este mundo é o mais baixo que um cabalista alcança. É a oposição total do Criador e é limitado, ou seja, o denominado “exilio no Egito”. O poder natural que atua sobre nós nesta situação, nosso egoísmo natural, não nos permite avançar para qualquer lugar, exceto cuidar de nós mesmos. Isto é denominada “o estado de Faraó”.

Nosso egoísmo não nos permite sentir o estado sublime e perfeito. É sobre o egoísmo, o interior humano e a força malígna chamada “Faraó”, que a Torá fala detalhadamente, visto que a força libertadora é chamada “Moisés”. Faraó, Moisés e tudo que está escrito no êxodo, descrevem estados espirituais e emoções.

Nossa condição atual é a mais baixa possível. É um estado de absoluta sonolência e inconsciência. Não sabemos quem somos ou onde estamos. É certamente um estado ainda mais baixo do que o estado denominado “este mundo”; ao definir a nossa condição como “este mundo”, isso implica que já sabemos que existe outro mundo. Este mundo tão pequeno que nele nós não podemos sentir qualquer espiritualidade.

A Torá não é uma história épica, embora exista uma correlação entre o texto e a história humana. Mas, isto é assim porque a construção dos mundos é baseada num mesmo princípio: tudo o que acontece em um mundo espiritual é refletido no mundo espiritual adjacente mais baixo, ou seja, para baixo, para o nosso próprio mundo espiritual.

Tudo o que a espécie humana terá que passar durante sua ascensão para os mundos espirituais deve ser sentido por cada ser humano e por todos os indivíduos em cada um dos mundos, especialmente o nosso próprio.

O êxodo do Egito – o êxodo do egoísmo – ainda nos aguarda. E no século 21, nós estaremos mais envolvidos que antes para fazer esta transição – do egoísmo para uma humanidade de doação e amor. Uma vez que iniciemos esta transição, daremos partida para nossa experiência de conexão ao mundo espiritual, nível eterno da realidade, que é a única sensação quando nos libertarmos de nossos egos, ou seja, sairmos do “Egito”. Através da sabedoria da Cabalá que apenas está começando a pensar nesta direção, iremos acelerar nosso progresso de desenvolvimento espiritual e protegermo-nos de muitos sofrimentos, desde que nossos pensamentos venham a ser semelhantes ao plano inclusivo do Criador.

Texto original:Exodus—the Worldwide, 21st Century Version