Páginas

sexta-feira, 14 de junho de 2013

APRENDENDO COM A NATUREZA

Inicialmente precisamos aprender o desenvolvimento correto da natureza. Ela é perfeita e nós somos sua consequência. Nossos pensamentos e sentimentos também se originam do que ela nos deu. Então nós apenas temos que imitá-la, tomar o seu exemplo. Sabemos que muitas das tecnologias mais recentes são baseadas no conhecimento dos sistemas naturais e mecanismos na tentativa de reproduzi-los artificialmente. Nós devemos fazer a mesma coisa na sociedade, nas nossas relações sociais, econômicas, comerciais e outras relações. Se nós tivéssemos copiado a natureza em nós mesmos, poderíamos ter nos livrado de todos os problemas.


É de conhecimento comum que o Criador não completou a criação quando a criou. E nós podemos ver em cada canto da realidade, geral e particular, que ela cumpre as leis do desenvolvimento gradual, de ausência até a conclusão do crescimento. Por esta razão, quando o fruto tem sabor amargo no início do seu crescimento, isso não é considerado uma falha no fruto, já que todos nós sabemos a razão: o fruto ainda não concluiu seu desenvolvimento.

Assim é em todos os elementos da realidade: quando algum elemento parece ruim e prejudicial para nós, é apenas por causa de um autotestemunho desse elemento, que está ainda na fase de transição – no processo do seu desenvolvimento. Portanto, nós não podemos decidir o que é ruim e não é sábio para nós emitir uma falha nele.

Se nós estamos falando do mundo exterior ou do mundo dentro de nós não importa. A conclusão final pode ser simples: “Não toque a Natureza. Não mexa nela com as mãos “sujas” e sua mente estúpida que é capaz de ver apenas o que está a um milímetro do seu nariz. Melhor você cuidar de si mesmo. Você tem o globo. Assim, tente viver em paz com ele; senão, isso não será bom para você”. Com nossa mente corrupta, nossas mãos “sujas” — ou seja, egoístas — nós podemos interferir nos assuntos da Terra, na riqueza e nos recursos que são limitados. Eles nos são dados apenas para avançarmos de forma equilibrada de acordo com a natureza, e não negativamente contra este sistema abrangente universal.

Se nós percebemos nossa atitude negativa, a natureza imediatamente começa a defender-se automaticamente e nos deparamos com as consequências de nosso erro crescente em sua resposta. Isso causa grande sofrimento, crise e ameaça à nossa existência: o perigo de aniquilação.

Tudo isso porque não entendemos: a natureza é perfeita, e nós só precisamos aprender a aderir totalmente a este sistema de forma equilibrada. A questão reside na abordagem e exploração racional. O princípio é simples: o ser humano não está proibido de fazer algo que não perturbe o equilíbrio natural. Claro, nós podemos comer carne e peixe, cortar árvores, plantar vegetais e aproveitar a vida. No entanto, devemos sempre saber onde está o limite além do qual há ações direcionadas contra o equilíbrio, e quão bem nos encaixamos no sistema da natureza.

Como podemos verificar isso? Somente através do nosso egoísmo. Onde eu o utilizo, lá, o mal começa. Afinal, a natureza é um sistema analógico totalmente altruísta, baseado na doação mútua. Todas as suas partes, semelhante aos órgãos do nosso corpo, cuidam apenas do bem-estar do todo. Esta é a maneira que nós devemos ver a natureza a fim de verificar a mesmos. Nós agimos de forma semelhante? Nós procuramos a perfeição, ou não?

Isso é o que significa agir não artificialmente, mas naturalmente, para estar em constante amor e doação, que é a lei da natureza, em vez do egoísmo que busca sua própria vantagem. Assim, no nosso nível, nós podemos realizar a lei da natureza, “Ama a teu próximo como a ti mesmo”, a lei pela qual vivem todas as suas partes. Um predador, devorando a presa, nunca faz isso pelo prazer do sofrimento dos outros. Ele caça apenas para se alimentar e nada mais. Quanto mais profundamente nós compreendemos a natureza, mais nos tornamos convencidos disso.

Nesse sentido, nós precisamos entender o que e quanto devemos receber da natureza. Não há nenhum problema se podemos usá-la apenas para viver com ela em equilíbrio; em outras palavras, se todas as nossas ações são para o bem dos outros, para o bem da natureza inanimada, vegetal e animal.

Como isso é alcançado? Primeiro, nós precisamos corrigir a nossa própria natureza. Afinal, o que os níveis inferiores executam instintivamente, nós devemos perceber no que chama “acima da razão”, acima do egoísmo, e para isso estudamos o método de educação integral.

Vale lembrar que na natureza, o forte come o fraco, e ele não perturba a harmonia. No entanto, isso causa um efeito devastador entre as pessoas. É o egoísmo não corrigido atuando sobre nós. No entanto, esta lei deve ser efetuada de modo diferente entre as pessoas: o forte ajudando o fraco na correção. O lobo comendo as ovelhas traz correção, por exemplo, ajudando a população a se livrar dos animais fracos. Assim, nós devemos ajudar uns aos outros de acordo com o mesmo princípio de harmonia e equilíbrio, mas não comendo, e sim amando igualmente a todos no nível humano, comprometendo-nos pelo bem dos outros. Podemos medir nossa força ou fraqueza neste contexto por meio do serviço aos outros. Se eu sirvo a eles ou os utilizo.

O QUE VOCÊ NÃO PODE APRENDER COM A NATUREZA

Aprendemos com a natureza como construir sistemas integrais. Nós vemos de seu exemplo que não somos capazes de nos integrar na natureza, e somos incapazes de nos identificar com ela.

O problema é que ninguém sabe como estabelecer um equilíbrio com a natureza, como alcançar a semelhança, união com ela. A humanidade não pode encontrar a resposta a esta pergunta por suas próprias forças. Aqui, nós somos os portadores da Luz que Reforma. O mundo é integral, e representamos um sistema analógico semelhante ao nosso corpo, todas as suas partes interagem harmoniosamente entre si, enquanto que o homem é como um tumor canceroso, devorando tudo ao seu redor.

Cientistas modernos conduzem estudos notáveis sobre este tema. A doença está claramente marcada e é claro que ela progride ameaçando destruir toda a raça humana. E se morrermos como os mamutes? E se isso acontecer na minha geração ou na geração dos meus filhos? O que podemos fazer?
Torna-se evidente que não há nenhum remédio. Afinal de contas, isso também deve ser recebido da Natureza. No entanto, pesquisadores aprendem com ela apenas no negativo. Eles expressam nossa oposição a ela e não sabem como tornar-se integral.

Uma conclusão indiferente segue-se: “Que seja”. Todo mundo encontra seu nicho, seu argumento, sua justificativa. Os economistas dizem uma coisa, os sociólogos dizem outra, os políticos, um terceiro, e não há ainda qualquer solução. Eles vêem o negativo do nosso mundo (-), oposto à natureza perfeita (+), mas não conseguem descobrir como atingir um estado equilibrado, como chegar ao equilíbrio. Isso não pode ser aprendido com a natureza.

Por isso é que o mundo precisa do método de correção, a sabedoria da Cabalá. Ela ensina como desenvolver-se em três linhas quando a Luz é oposta ao nosso ego, e nós sabemos como formar a linha média entre elas, como equilibrá-las.

As pessoas sem o Ponto no Coração não podem saber isso por causa do ego humano que se manifesta nelas, enquanto em alguns, o maior ego resiste ao amor. Procuramos chegar ao amor e descobrimos o ódio, um que é desconhecido. É possível conviver com seu ódio, e por isso eles não têm vasos, as ferramentas para a solução. Eles são como crianças indefesas e nós só podemos resolver os problemas atuais.

Assim, é nosso dever revelar a diferença de potenciais à humanidade, toda a diferença entre o positivo e o negativo. Ela, propriamente dita, não vai esclarecer o problema até o fim porque ela não tem uma solução. Por que precisamos reabrir a ferida? Da mesma forma, os cônjuges evitam áreas de conflito para não brigar por nada. Nós podemos entender a doença e estabelecer seu diagnóstico final, porque temos uma cura para ela.


Lição Diária de Cabalá do Dr Michel Laitman - publicado em 09/06/13, Escritos do Baal HaSulam