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domingo, 31 de julho de 2011

A MORTE INEVITÁVEL DO EGO



O amor à liberdade é o amor aos outros;
o amor ao poder é o amor a nós mesmos.
-William Hazlitt (1778 – 1830)

A única coisa que o Criador criou foi nosso desejo de receber, nosso egoísmo. Esta é nossa essência. Se aprendermos a “desativar” nosso egoísmo, restauraremos nossa conexão com o Criador, porque sem o nosso egoísmo, obteremos a equivalência de forma com Ele, assim como ela existe nos mundos espirituais. A desativação de nosso egoísmo é o começo de nossa ascensão pela escada espiritual, o começo do processo de correção.

É como que por humor irônico da Natureza, que as pessoas que se deleitam em prazeres egoístas não podem ser felizes. Há duas razões para isso: 1) O egoísmo é um beco sem saída: se você obtém aquilo que você quer, você já não o quer mais. e, 2) Um desejo egoísta tem prazer não apenas na satisfação de seus próprios caprichos, mas também na infelicidade dos outros.

Para entendermos melhor a segunda razão, precisamos lembrar os fundamentos. A Fase Um nas Quatro Fases Básicas deseja apenas receber prazer. A Fase Dois já é mais sofisticada, e quer receber prazer de doar porque o doar é o estado de existência do Criador. Se nosso desenvolvimento tivesse parado na Fase Um, nós seríamos satisfeitos no momento em que nossos desejos fossem preenchidos e não iríamos nos importar com que os outros têm.

No entanto, a Fase Dois – o desejo de doar – nos compele a notarmos os outros para que possamos doar a eles. Mas porque nosso desejo fundamental é por receber, tudo que vemos quando olhamos para as outras pessoas é “que elas têm diversas coisas que eu não tenho.” Graças à Fase Dois, iremos sempre nos comparar aos outros, e graças ao desejo de receber da Fase Um, nós sempre queremos estar acima delas. É por isso que obtemos prazer em suas carências. A propósito, é também por isso que a linha de pobreza muda de país para país. De acordo com o Dicionário Webster, a linha de pobreza é “um nível de renda pessoal ou familiar abaixo do qual alguém é classificado como pobre de acordo com padrões governamentais.”

Se todos a minha volta fossem tão pobres como eu sou, eu não me sentiria pobre. Mas se todos a minha volta são ricos, e eu apenas tenho uma renda mediana, eu me sinto como a pessoa mais pobre sobre a Terra. Em outras palavras, nossas normas são ditadas pela combinação da Fase Um (o que desejamos ter) com a Fase Dois (que é determinada pelo que os outros têm).

De fato, nosso desejo de doar, que deveria ter sido a garantia de que nosso mundo seria um bom lugar para se viver, é na realidade o motivo de todo mal neste mundo. Esta é a essência de nossa corrupção, e por esta razão, a substituição da intenção de receber por uma intenção de doar é tudo que precisamos corrigir.


A CURA

Nenhum desejo ou qualidade é naturalmente mau; é a maneira como os usamos que os fazem ficarem assim. Os antigos Cabalistas já diziam: “A inveja, a cobiça, e a (busca pela) honra tiram o homem deste mundo,” ou seja, deste mundo para o mundo espiritual.  Como assim? Nós já vimos que a inveja leva a competitividade, e a competitividade gera progresso. Mas a inveja nos leva a obter resultados bem maiores do que os benefícios tecnológicos ou os outros benefícios deste mundo. Na Introdução ao Livro do Zohar, Ashlag escreve que os humanos podem sentir os outros, e portanto podem carecer do que os outros têm. Como resultado, eles são preenchidos de inveja e querem tudo que os outros têm, e quanto mais eles têm, mais vazios eles se sentem. No final, eles querem devorar o mundo inteiro.

Finalmente, a inveja nos leva a buscarmos nada menos que o Próprio Criador. Mas é aqui que o senso de humor da Natureza nos prega uma peça novamente: O Criador é um desejo de doar, altruísmo. Por mais que inicialmente não estejamos cientes disso, ao querermos sentar no banco do motorista e sermos Criadores, nós estamos na verdade almejando por sermos altruístas. Assim, através da inveja – o traço mais nocivo e traiçoeiro do ego – nosso egoísmo se conduz à morte, assim como o câncer destrói seu organismo hospedeiro até que ele, também, morra com o corpo que ele arruinou. Novamente podemos ver a importância de formarmos o ambiente social adequado, porque se somos obrigados a sermos invejosos, devemos no mínimo ser construtivamente invejosos, ou seja, invejosos de algo que nos conduzirá à correção.


Os Cabalistas descrevem o egoísmo desse jeito: O egoísmo é como um homem com uma espada que tem uma dose de doçura sedutora, mas uma poção letal em sua ponta. O homem sabe que a poção é um veneno maligno, mas não pode se ajudar. Ele abre a sua boca, leva a ponta da espada à sua língua, e engole..

Uma sociedade justa e feliz não pode se apoiar no egoísmo monitorado ou “canalizado”. Nós podemos tentar restringir o egoísmo através do domínio da lei, mas isto funcionará somente até as circunstâncias se agravarem, assim como vimos na Alemanha – que foi uma democracia até eleger  Adolf Hitler democraticamente. Nós também podemos tentar canalizar o egoísmo para beneficiar a sociedade, mas isto já foi experimentado no comunismo da Rússia, e falhou miseravelmente.  Até a América, a terra da liberdade, da oportunidade e do capitalismo, está falhando em fazer seus cidadãos felizes. De acordo com o New England Journal of Medicine.

“Anualmente, mais de 46 milhões de americanos, com idades entre 15 e 54 anos, sofrem de episódios depressivos.” E o Archives of General Psichiatry anunciou: “O uso de drogas antipsicóticas para tratar crianças e adolescentes... aumentou mais do que o quíntuplo entre 1993 e 2002,” como publicado na edição de 6 de Junho de 2006 do The New York Times.

Concluindo, enquanto o egoísmo tiver a supremacia, a sociedade será sempre injusta e desapontará seus próprios membros de uma maneira ou de outra. Finalmente, todas as sociedades fundamentadas no egoísmo irão se exaurir, juntas com o egoísmo que as criou. Nós apenas temos de fazer isso acontecer da forma mais rápida e fácil que pudermos, para o bem de todos.


















A Cabalá Revelada - O Guia da Pessoa Comum para uma Vida Mais Tranqüila, Rav Michael Laitman, PhD, Cap. 6, págs 146 e 147 -   http://www.kabbalah.info/brazilkab/bibliotecaFrameset.htm

domingo, 24 de julho de 2011

MUDANDO A SOCIEDADE PARA MUDAR A MIM MESMO


A Natureza não apenas nos “condena” a uma constante fuga do sofrimento, e a uma contínua busca pelo prazer, ela também negou-nos a habilidade de determinarmos o tipo de prazer que desejamos. Em outras palavras, nós não podemos controlar o que queremos, e os desejos surgem do nada dentro de nós sem prévio aviso e sem perguntar a nossa opinião sobre o assunto.


A Natureza não apenas criou nossos desejos, ela também proveu-nos com um jeito de controla-los. Se lembrarmos que somos todos partes da mesma alma, aquela de Adam ha Rishon, será fácil para nós entendermos que o jeito de controlarmos nossos desejos é afetando a alma inteira, ou seja, a humanidade, ou ao menos uma parte dela.

Vejamos isso desta forma: Se uma única célula quisesse ir para a esquerda, mas o resto do corpo quisesse ir para a direita, a célula teria de ir para a direita, também. Assim seria, a não ser que ela convencesse o corpo inteiro, ou a maioria esmagadora das células, ou o “governo” do corpo de que seria melhor ir para a esquerda.

Assim, mesmo que não possamos controlar os nossos próprios desejos, a sociedade pode e os controla. E porque podemos definir nossa opção de sociedade, podemos definir o tipo de sociedade que nos afetará da maneira que pensamos ser a melhor. Explicando em poucas palavras, podemos usar as influências sociais para controlarmos nossos próprios desejos. E ao controlarmos nossos desejos, controlaremos nossos pensamentos e finalmente, nossas ações.

O Livro do Zohar, acerca de dois mil anos atrás, já tinha descrito a importância da sociedade. Mas desde o século XX, quando se tornou óbvio que somos dependentes uns dos outros para a sobrevivência, a utilização eficaz de nossa dependência social tornou-se vital para o progresso espiritual. A suprema importância da sociedade é uma mensagem que o Cabalista Yehuda Ashlag torna clara em vários de seus ensaios, e se seguirmos sua linha de pensamento entenderemos porque.Ashlag diz que o maior desejo de cada um, admita ele ou não, é ser querido pelos outros e obter sua aprovação. Isto não apenas nos dá um senso de confiança, mas afirma nossa possessão mais preciosa – nosso ego. Sem a aprovação da sociedade, sentimos que nossa própria existência é ignorada, e nenhum ego pode tolerar a rejeição. É por isso que as pessoas freqüentemente chegam a extremos para ganharem a atenção dos outros.

E porque nosso maior desejo é obter a aprovação da sociedade, somos compelidos a nos adaptar a (e adotar) as leis de nosso ambiente. Estas leis determinam não apenas nosso comportamento, mas definem nossa atitude e caráter com relação a tudo que fazemos e pensamos. Esta situação nos faz incapazes de escolhermos coisa alguma – seja a maneira que vivemos, ou nossos interesses, ou como aproveitamos nosso tempo livre, ou até a comida que comemos e as roupas que vestimos.

Além disso, mesmo quando escolhemos nos vestir de forma contrária à moda ou independente dela, nós continuamos (tentando ser) indiferentes a um determinado código social que escolhemos ignorar. Em outras palavras, se a moda que escolhemos ignorar não tivesse existido, nós não teríamos a ignorado e teríamos provavelmente escolhido um código de vestuário diferente.Enfim, a única maneira de mudarmos a nós mesmos é mudando as normas sociais de nosso ambiente.

QUATRO FATORES

Mas se não somos nada além de produtos de nosso ambiente, e se não existe real liberdade no que fazemos, no que pensamos, no que queremos, podemos ser considerados responsáveis por nossas ações? E se não somos responsáveis por elas, quem é? Para respondermos estas perguntas precisamos primeiro entender os quatro fatores que nos compõem, e como podemos trabalhar com eles para adquirirmos a liberdade de escolha. De acordo com a Cabalá, somos todos controlados por quatro fatores:

1. A “base”, também chamada de “matéria primária”;
2. Atributos imutáveis da base;
3. Atributos que mudam através de forças externas;
4. Mudanças no ambiente externo.
Vejamos o que eles significam para nós.

1. A Base, a Matéria Primária
Nossa essência imutável é chamada de “a base.” Eu posso estar feliz ou triste, pensativo, nervoso, sozinho ou com os outros. Com qualquer ânimo e em qualquer sociedade, o eu básico nunca muda. Para entendermos o conceito de quatro fases, pensemos no desenvolvimento e na morte das plantas. Considere um ramo de trigo. Quando uma semente de trigo se decompõe, ela perde sua forma completamente. Mas mesmo que ela tenha perdido sua forma completamente, apenas um novo ramo de trigo irá emergir daquela semente, e nada mais. Isto é assim porque a base não se alterou; a essência da semente permaneceu aquela do trigo.

2. Atributos Imutáveis da Base
Assim como a base é imutável e o trigo sempre produz novo trigo, a maneira em que a semente de trigo se desenvolve é também imutável. Um único caule pode produzir mais de um caule no novo ciclo de vida, e a quantidade e a qualidade dos novos germes pode mudar, mas a própria base, a essência da forma anterior do trigo, permanecerá inalterada. Resumindo, nenhuma outra planta pode crescer de uma semente de trigo além do trigo, e todas as plantas de trigo sempre passarão pelo mesmo padrão de crescimento do momento em que germinarem ao momento em que secarem. Similarmente, todas as crianças humanas amadurecem pela mesma seqüência de crescimento. É por isso que nós (mais ou menos) sabemos quando uma criança deverá começar a desenvolver determinadas habilidades, e quando ela poderá começar a comer determinados alimentos. Sem este padrão fixo, nós não poderíamos traçar a curva de crescimento dos bebês humanos, ou de nenhuma outra coisa, no que diz respeito ao assunto.

3. Atributos que Mudam através de Forças Externas
Mesmo que a semente permaneça o mesmo tipo de semente, sua aparência pode mudar como resultado das influências ambientais tais como a luz do sol, o solo, os fertilizantes, a umidade, e a chuva. Assim, enquanto o tipo de planta permanece sendo o trigo, sua “embalagem”, os atributos da essência do trigo, podem ser modificados através dos elementos externos. Similarmente, nossos ânimos mudam na companhia de outras pessoas ou em diferentes situações mesmos que os nossos egos (bases) permaneçam os mesmos. Algumas vezes, quando a influência do ambiente é prolongada, ela pode não apenas mudar nosso ânimo, mas até nosso caráter. Não é o ambiente que cria novos traços em nós; apenas acontece que o estar no meio de um determinado tipo de gente encoraja certos aspectos de nossa natureza a tornarem-se mais ativos do que eram antes.

4. Mudanças no Ambiente Externo
O ambiente que afeta a semente é em si afetado por outros fatores externos tais como as mudanças climáticas, a qualidade do ar, e plantas próximas. É por isso que cultivamos plantas em estufas e fertilizamos a terra artificialmente. Nós tentamos criar o melhor ambiente para a planta crescer. Em nossa sociedade humana, nós constantemente mudamos nosso ambiente: nós promovemos novos produtos, elegemos governos, vamos a cursos de todos os tipos, e passamos o tempo com os amigos. Assim então, para controlarmos nosso crescimento, devemos aprender a verificar os tipos de pessoas com as quais passamos o tempo, mas o mais importante, são as pessoas que admiramos. Estas são as pessoas que nos influenciam mais.

Se nós desejamos nos tornar corrigidos – altruístas – precisamos saber quais mudanças sociais promoverão a correção, e então busca-las. Com este último fator – as mudanças no ambiente externo – nós moldamos nossa essência, mudamos os atributos de nossa base, e conseqüentemente determinamos nosso destino. É aí que temos liberdade de escolha.




Extraído  do livro: A Cabalá Revelada O Guia da Pessoa Comum para uma Vida Mais Tranqüila Rav Michael Laitman, PhD - Cap.6 pags. 134 a136
http://www.kabbalah.info/brazilkab/bibliotecaFrameset.htm

segunda-feira, 18 de julho de 2011

O AMOR VERDADEIRO


O Criador criou um plano de entretenimento para nós. Este nos ensina como abandonar o desejo egoísta em favor do amor pelo próximo. Quando isto suceder, poderemos amar de verdade…
Quanto se há escrito e dito em nome do amor? Sem dúvida, quem de nós pode dizer que realmente sabe o que é? Todos queremos ser amados, queridos, sentir-nos seguros, tranquilos e pacíficos. Se buscássemos recordar os momentos mais felizes de nossa vida descobriríamos que foram aqueles nos quais sentimos-nos queridos. Todos queremos amar, entregar o coração a nossos familiares; mas em realidade, nem sempre sabemos como fazê-lo.


A sabedoria da Cabala nos explica qual é a razão desta necessidade tão  profunda e interna de amar e ser amado, além de como conseguir o amor pleno e eterno.O Criador criou um plano de entretenimento para nós. Este nos ensina como abandonar o desejo egoísta em favor do amor pelo próximo. Quando isto suceder, poderemos amar de verdade…

O DESEJO É: AMAR

A nossa origem provém de uma só alma criada pelo Criador, chamada a alma de Adam HaRishon (O Primeiro Homem, em hebraico). Os Cabalistas explicam que a natureza do Criador é o amor e outorgamento absolutos, diferente da alma de Adam HaRishon, que é o desejo de receber prazer e deleite.

“…o ser humano é o centro da realidade… tanto dos
Mundos Superiores como deste mundo corpóreo, com
tudo o que o cerca, foram criados só para ele… parece
difícil entender que para este diminuto ser humano – que
não capta mais que o equivalente a uma fibra deste mundo,
para não mencionar os Mundos Superiores que são
infinitamente sublimes – O Senhor assumiu o trabalho de
criar tudo isto…”
Rabi Yehuda Ashlag, “Introdução ao Livro do Zohar”, ítem 3

O Criador criou a alma por puro amor, portanto, o desejo interno incutido nesta é amar. Assim, o prazer maior que a alma é capaz de sentir é o prazer do amor. Mas, como poderia realizar este anseio e lograr amar ao Criador?

PLANO DE TREINAMENTO

O Criador projetou um “plano de treinamento” especial para que a alma desenvolva o desejo de amar. Primeiro, a dividiu em múltiplas partes chamadas almas individuais e se ocultou delas. Estas receberam um desejo egoísta – de receber amor – e logo foram vestidas em corpos neste mundo.

Os Cabalistas explicam que ainda que seja difícil senti-lo em nossa vida cotidiana, já que o Criador se oculta de nós, Ele nos ama incondicionalmente. Não obstante, os demais seres humanos não estão ocultos de nós, o que nos permite “praticar” com eles o amor ao próximo, para logo chegar ao amor ao Criador.

Quer dizer, através de nossas relações com os demais, aprenderemos a nos elevar por cima de nosso desejo inato de receber amor egoisticamente e adquirirmos a natureza do Próprio Criador. Quando isto suceder, voltaremos ao nosso estado pleno: unidos em uma só alma, alcançando o prazer supremo dado pelo Criador, o prazer resultante do amor e do outorgamento. Então, o Criador voltará a se revelar entre nós, permitindo-nos a reciprocidade em amor com Ele, devido à ‘prática” do amor com os demais que houvermos atingido.

COMO UMA CRIATURA RECÉM NASCIDA

Nosso plano de treinamento projetado pelo Criador inclui várias etapas, nas quais aprendemos como nos reconectar com o resto dos fragmentos da alma de Adam HaRishon. Este processo de evolução do desejo de amar se assemelha ao do crescimento de uma criatura recém nascida. No princípio, o indivíduo sente unicamente seu próprio desejo e vê a si mesmo como o centro do universo. Necessita de amor e procura atenção, como um bebê.

Ao ir crescendo e desenvolvendo o desejo de amar, o indivíduo aprende que lhe convém cooperar e criar laços de amor com seu ambiente, para ganhar assim o que não pode conseguir por seus próprios meios. Quanto mais cresce o desejo do homem, mais desfruta de aproveitar-se do próximo. Pensa que seria mais feliz se dominar o resto das pessoas e usá-las para seu próprio bem. Mas ao alcançar a última etapa de seu desenvolvimento, descobre que o que mais lhe falta é a capacidade de amar e outorgar ilimitadamente, como o Criador.

TAL COMO OS PAIS AMAM SEUS FILHOS

Um dos maiores prazeres que conhecemos é de criar nossos filhos. Apesar de toda dificuldade e sacrifício que isto implica, a maioria no mundo deseja ter filhos e dedicar-lhes todo seu tempo. O amor e a entrega a eles proporciona o maior deleite.

Se amássemos a toda a humanidade como a nossos filhos, a vida seria muito mais simples. Sem dúvida, nossa realidade atual é totalmente inversa. Então, como poderemos desenvolver em nosso coração um amor pelos demais como se fossem nossos filhos? Aquele que realmente o busca, sem desistir, descobre a sabedoria da Cabala, o método que nos permite chegar ao amor verdadeiro.


ALCANÇANDO A NATUREZA DO CRIADOR

Em nossa época, em que a Cabala se revela entre as massas, todas as almas estão recebendo a oportunidade de aprender como amar ao próximo. Aquele que responde a este despertar interno em seu coração, pode estudá-la e chegar a experimentar o amor.

Através desta sabedoria ancestral, o homem chega a familiarizar-se com os desejos das demais almas e a amá-las incondicionalmente, como o Criador ama a alma de Adam HaRishon, da qual todos nós somos parte. Deste modo, junto ao resto da humanidade, o homem logra alcançar a natureza do Criador e amar como Ele. Quando todos nós soubermos amar-nos, poderemos reunir-nos e voltar a existir como uma só alma, voltando a nosso estado perfeito e alcançando a união eterna com o Criador.







Extraído do livro: A VOZ DA CABALA - Para quem busca expandir sua visão interna -  Rav Dr. Michael Laitman – Cap I pág 59

domingo, 10 de julho de 2011

ALCANÇANDO EQUILÍBRIO : SIM, NÓS PODEMOS (E DEVEMOS)


“O ser humano nunca verá o fim do tormento até... que amantes da sabedoria venham para manter o poder político, ou os mantenedores do poder... tornem–se amantes da sabedoria.
Platão, A República


 A mudança proposta não é superficial, mas sim, uma mudança fundamental que vai além de como nós construímos o sistema econômico. É uma  mudança no nosso entendimento da vida, e como obter um resultado, da sociedade que vivemos. Para que esta mudança dure, necessitamos nos conscientizar que em nosso estágio de desenvolvimento humano, nós como indivíduos não podemos prosperar a menos que todo o mundo prospere também.

No passado era suficiente ser bom para nossas famílias. Fazendo isso nós nos equilibrávamos com a força de doar da natureza no único nível de que tínhamos consciência – nossas famílias. Depois disso, como nossas comunidades cresceram, precisávamos tornar-nos conscientes de grupos maiores, e aprendemos que não era o suficiente ser bom apenas para a nossa própria família, mas também oferecer cuidados e bondade para as pessoas da nossa cidade. Isso nos colocou em equilíbrio com as forças de doação ao nível da comunidade.

Depois crescemos mais e necessitamos equilibrar-nos com a força da natureza de doação em nível nacional, além das nossas cidades e famílias. Hoje precisamos fazer o mesmo para todo o mundo. Nossa consciência, se estamos conscientes ou não disso, agora engloba toda a humanidade. Então para nos equilibrarmos com a força de doação da natureza, nós devemos ser positivos e contribuir com todos, em todas as partes.

A conseqüência de não fazer isso é a crise que vemos desdobrando-se diante dos nossos olhos. Isso não é Castigo de alguma força superior, mas um resultado natural da desobediência da lei da natureza, similar a uma dor sentida quando desobedecemos à lei da gravidade e pulamos do telhado sem uma própria preparação ou equipamento. Para nós humanos a nossa melhor defesa é a consciência.

E porque a consciência do desejo da natureza de doar é o nosso primeiro e mais importante instrumento, o que devemos fazer primeiro é ensinar aos nossos políticos sobre o papel e importância do mesmo. Nós devemos mostrar-lhes que nós não estávamos conscientes até agora, e que a falta disso nos nossos pensamentos é a causa desta crise de hoje. Desta forma os políticos, que são mais sensíveis ao que funciona e ao que não funciona, saberão como e o porquê da necessidade de mudar sua política para que sejam adaptadas a este novo requisito atual.

Mas já que políticos e pessoas do Estado vivem o dia a dia num sistema egoísta de políticas, eles rapidamente se tornarão conscientes das discrepâncias entre as imperfeições do sistema falho existente e o perfeito, ou equilibrado. De fato, este processo começou espontaneamente no minuto em que a crise econômica estourou.

O discurso de Barack Obama no dia 20 de janeiro de 2009, na igreja batista Ebenezer em Atlanta, Geórgia, é um belo exemplo de tal consciência: “unidade é a grande necessidade imediata – é  a grande necessidade desta hora. Não porque soa agradável ou
porque nos faz sentir melhor, mas porque e a única maneira pela qual poderemos superar a deficiência que existe em nosso país. Eu não estou falando do déficit do orçamento. Eu não estou falando do déficit das contas de comércio. Eu não estou falando do déficit de  boas idéias ou bons planos. Eu estou falando de uma deficiência moral. Eu estou falando da deficiência da empatia. Eu estou falando de uma incapacidade de nos reconhecer nos outros; entender que somos os guardadores do nosso irmão; que somos os guardadores de nossa irmã; que estamos todos amarrados uns aos outros em uma só peça de vestuário do destino”.

À luz disto, tudo o que nós precisamos fazer é adicionar o adesivo, a substância que irá fazer esta peça de vestuário mais forte, e ao mesmo tempo macia e suave. E esta substância é a consciência de que nos unindo,  estamos nos alinhando com a força de doação da natureza. Alcançar unidade entre os políticos não significa o fim dos debates e dos conflitos, mas com ambos desejos da natureza na mente, conflitos podem tornar-se um terreno fértil para mudanças.

Da mesma forma que a opinião pública muda através da mídia, como já se sabe os políticos não ficarão preocupados em perder seus votos porque eles perderam argumentos políticos. Ao contrario, se um político é capaz de mudar sua visão depois de realizar que é de interesse público tomar uma outra direção, os constituintes irão considerar esta flexibilidade um ato de força. Mais ainda, fazendo isso, os políticos se tornam mais responsáveis pelo sucesso da nova direção, tendo seriamente debatido os seus prós e contras antes de decidirem a seu favor.

Os políticos podem dizer aos eleitores, “veja eu ponderei todas as opções e conclui que a idéia do meu oponente trará maior benefício para o público que a minha, e por isso eu acho que vocês deveriam apoiá-la”. Esta é uma responsabilidade ainda maior do que aquela de “ganhar” o debate. Com esta abordagem, não só a unidade será realçada, mas as idéias serão ensinadas muito mais detalhadamente.

Políticas internacionais deverão tambem mudar da mesma forma. Na era global, cuidar do mundo é muito mais importante que cuidar apenas do nosso País. Naturalmente a moda deverá ser compartilhada por todas as nações para ter sucesso. Será necessário que todos nós saibamos sobre os dois desejos que sustentam as fundações do nosso mundo. Sem este conhecimento, isolamento e protecionismo irão prevalecer e guerras irão estourar. Com isso, finalmente teremos a oportunidade de alcançar a genuína paz mundial.






Garanta Sua Saída da Crise: Como Você Pode Sair Forte da Crise mundial -  Michael Laitman, PhD -  Cap.14, págs 87 a 92

domingo, 3 de julho de 2011

CRIANDO UMA MÍDIA QUE SE PREOCUPA



A mídia deve desempenhar um papel chave em transformar o ambiente público de alienação para camaradagem.   A mídia nos fornece quase tudo que sabemos sobre nosso mundo.  Até a informação que recebemos de amigos ou de familiares geralmente nos chega através da mídia. É a versão mais moderna de boatos.


Mas a mídia simplesmente não nos fornece apenas informação. Ela também nos oferece detalhes sobre as pessoas que nós aprovamos ou desaprovamos, e formamos o nosso ponto de vista baseados naquilo que vemos, ouvimos ou lemos na mídia. Porque o seu poder sobre o público é sem rival, se a mídia se voltar para o sentimento de unidade e companheirismo, o mundo a seguirá.

Lamentavelmente, até a erupção da crise financeira, a mídia estava focada nos indivíduos bem sucedidos, nos mongóis da mídia, estrelas mega pop, e indivíduos ultra bem sucedidos que fizeram milhões e bilhões as custas de seus concorrentes. Somente recentemente, como um broto da crise, é que a mídia começou a mostrar atos de compaixão e unidade, tal como os esforços de ensacamento de areia por milhares de voluntários em fargo, na dakota do norte, que uniram forças em março de 2009 para parar a mais alta cheia do rio Vermelho já gravada na história.

Enquanto esta moda é certamente bem vinda, alguns esforços esporádicos e espontâneos não são suficientes para verdadeiramente unir as pessoas. Para realmente mudar nosso ponto de vista, para nos tornarmos  conscientes da existência do desejo de doar, a mídia deveria mostrar a foto completa da realidade e informar-nos de sua estrutura. Para esse propósito, ela deveria criar programas que demonstrem como o desejo de doar afeta todos os níveis da natureza – inanimado, vegetativo, animal e humano -  e encorajem as pessoas a emulá-lo. ao invés dos programas de entrevistas que convidam pessoas que apenas falam de si próprias, por que não receber pessoas que elogiam outros? Afinal, tais exemplos abundam; somente temos que reconhecê-los e trazê-los à atenção do público.

Se a mídia mostrar pessoas preocupadas umas com as outras e explicar que tais imagens irão ajudar a Luz a penetrar em nossas vidas, isso irá mudar o foco do público do egocentrismo para a camaradagem. Hoje o ponto de vista mais popular deveria ser, “a unidade é divertimento – vamos nos juntar à festa”.

Correndo o risco de fazer algumas generalizações, aqui estão alguns fatos e números para reflexão: nossos computadores e televisores são feitos na China e Taiwan; nossos carros são feitos no Japão, Europa e Eua, e nossas roupas são feitas na Índia e China. Também, quase todo mundo assiste filmes de Hollywood, e até o final do ano (2009), a China terá mais pessoas falando inglês do que em qualquer outra parte do Mundo.

E aqui esta realmente um conceito interessante: Facebook, a rede de socialização na internet, tem 175 milhões de usuários ativos no mundo todo. Se facebook fosse um país, seria o sexto maior país no mundo! Realmente, a globalização é um fato, e está nos
mostrando que já estamos unidos. Nós podemos tentar resistir a isso, ou podemos nos juntar e nos beneficiar da diversidade, oportunidades e abundância que a globalização tem nos reservado.

Existem muitos meios da mídia poder nos mostrar que a unidade é um presente. Embora cada cientista saiba que nenhum sistema  na natureza opera em isolamento e que interdependência é o nome do jogo que a maioria de nós não esta consciente disso. Quando virmos como cada órgão trabalha para beneficiar o corpo inteiro, como abelhas que colaboram na colméia, ou um cardume de peixes que nada em  tal conjunto que pode ser tomado por um peixe gigante, como lobos caçam juntos, e como chimpanzés ajudam outros chimpanzés, ou mesmo humanos sem nenhuma recompensa em retorno, saberemos que a lei primária da natureza é harmonia e coexistência.
 a mídia pode e deveria mostrar-nos tais exemplos mais freqüentemente do que o faz.

Quando realizarmos que é assim que a natureza funciona, iremos espontaneamente examinar nossas sociedades e ver se elas estão em uníssono com esta harmonia.  Se nossos pensamentos começarem a mudar nesta direção então, eles criarão um ambiente diferente e introduzirão um espírito de esperança e poder em nossas vidas, antes mesmo de realmente implementarmos esse espírito. Por quê? Porque estaríamos alinhados com a força da natureza – o desejo de doar. Quanto mais conectados nos sentirmos uns aos outros, mais nossa felicidade depende de como eles nos
Vêem.

Se outros aprovam nossas ações e pontos de vista, nos sentimos bem conosco mesmos.  Se eles desaprovam o que nós fazemos ou dizemos, iremos nos sentir mal sobre nós mesmos, esconder nossas ações, ou mesmo modificá-las para adaptá-las às normas sociais. Em outras palavras, porque é tão importante nos sentirmos bem conosco mesmos, é que a mídia está numa posição única em mudar as ações e visões das pessoas.

Não é de surpreender que os políticos sejam as pessoas mais dependentes de avaliações na terra, já que eles vivem todas as suas vidas dependendo de sua popularidade. Se mostrarmos que nós mudamos os nossos valores, eles irão mudar os seus para seguir nossa direção. E um dos mais fáceis e mais efetivos meios de dizer-lhes o que nós valorizamos, é mostrar-lhes o que nós queremos assistir na televisão! Porque políticos querem continuar no seu cargo e temos que mostrar-lhes que se eles querem manter seus cargos, eles devem promover aquilo que nós queremos promover – a união. Quando formos capazes de criar uma mídia que promova a unidade e colaboração ao invés de autogratificação das celebridades, criaremos um ambiente convincente de que a unidade e o equilíbrio entre os desejos são bons.


Extraído do Livro: GARANTA SUA SAÍDA DA CRISE -Michael Laitman, PhD – ParteII cap 9 pag 51 a 54