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domingo, 27 de novembro de 2011

NO CAMINHO DA CORREÇÃO


O povo de Israel recebeu a Torá, quando este grupo concordou em ser como um homem com um coração, em garantia mútua. Por causa de sua conexão, eles receberam pela primeira vez os dez mandamentos fundamentais, os “Dez Mandamentos”, o plano da nossa correção completa contra as dez Sefirot completas.

Isso significa que eu tenho que ser corrigido de acordo com estas dez leis: respeite isso, não faça aquilo, e assim por diante, ou seja, cumprir as dez condições. Então, eu começo a me adaptar a outras leis que são reveladas a mim.
Eu descubro que é como se eu construísse o “bezerro de ouro”, depois as “águas da disputa” se manifestam a mim, o “pecado dos espiões”, ou eu pudesse perder a cebola e o alho que comi no Egito. Isto significa que a pessoa descobre diferentes estados, que ela tenta corrigir. Ela deve estar imersa na quebra e sentir todos esses atributos. É por isso que a Torá descreve tantos pecados.

Assim, em vez dos detalhes das dez principais leis, nós recebemos um livro inteiro que nos dá conselhos sobre como atravesar gradualmente corrupções sempre novas e correções dentro de nós mesmos. Se você agir corretamente, a Luz que Corrige brilha sobre você, despertando-lhe, mostrando e esclarecendo vários buracos negros.
Então, você começa a entender quem você é, e você grita, tentando se conectar com os outros como um homem com um coração a cada vez. E as formas de conexão que você precisa para isso são reveladas a você.
Finalmente, você completa todas as correções, e isso significa que você cumpriu todos os “dez mandamentos” que foram esclarecidos a você através deste processo, composto de 620 correções ou “mandamentos”.
Se você concordou em se conectar como um homem com um coração, você tem que seguir em frente agora, manter essa linha, e em cada passo estar conectado como “um homem”. Assim, você vai começar a descobrir uma queda atrás da outra: o bezerro de ouro, as águas da disputa, o pecado dos espiões, e assim por diante. Cada vez você vai descobrir um problema e corrigi-lo.
Isso se chama “o caminho da Torá” ou o “caminho da Halachá” (a palavra “Halachá” vem da palavra hebraica “Alicha” ou caminhada), que é um conjunto de leis que a pessoa deve seguir. Quando você se depara com um problema e não sabe o que fazer, a Torá lhe diz como fazer a correção. Assim, você junta todo o vaso da alma coletiva.
O livro da Torá nos fala sobre o processo interno que você tem que passar, sobre esclarecimentos e correções. Se você lê este livro e sente o que ele diz, você vê o caminho.
O caminho é longo, e você ainda nem começou a avançar, mas você pode ler sobre ele, esperando que alguma correção das futuras correções brilhe sobre você. A partir daí, você receberá a iluminação chamada Luz Circundante ou a Luz que Corrige.
Isso acontecerá se você desejar todas estas correções e se você compreender o que está lendo. Talvez você esteja lendo isso como um romance histórico ou algum livro da lei. Tudo depende da sua atitude.

O mesmo ocorre quando se trata do Livro do Zohar e O Estudo das Dez Sefirot. Todos os livros dizem a mesma coisa: como revelar o mal dentro de si mesmo e como corrigi-lo. Isso é chamado de “Torá”, já que tanto a revelação do mal e sua correção acontecem graças à Luz da correção. Se a pessoa trabalha nessas correções, isso significa que ela estuda a Torá. Sem isso, ela simplesmente estuda, a fim de adquirir conhecimento árido.

Publicado em  Da Lição Diária de Cabalá 02/11/11, “O Amor pelo Criador e o Amor pelos Seres Criados

domingo, 20 de novembro de 2011

ETAPAS DE SUPERAÇÃO


Nosso trabalho em Cabala é dividido em várias etapas. Na primeira fase, a pessoa é totalmente desconectada do trabalho. Este período tem a duração de anos, ao longo da história humana. Então uma pessoa é despertada pelo Alto, e começa a sentir um desejo inicial de descobrir o propósito da criação, o Criador, o significado de sua vida, começa a crescer dentro dela. 


Ela começa a trabalhar nisso e vem para um grupo e começa a estudar. Nesse meio tempo, ela não entende o que faz. Assim como um bebê recém-nascido, ela não entende onde está, quem ela é, nem quem são as pessoas ao seu redor.

Gradualmente, ela avança para os estados mais claros e melhora sua compreensão, embora apenas como uma criança, ela faz muitas coisas bobas sem saber e sem sentir. Ela segue o conselho dos “mais velhos”, os Cabalistas, e repete o que todos os outros fazem, até que gradualmente, começa a entender essas ações.

Claramente, ela não aprende ao executar essas ações. Em vez disso, como resultado destes exercícios, mesmo que ela não saiba o que está fazendo, ela atrai a Luz sobre si mesma. Assim, a pessoa avança como um bebê que não precisa saber o que faz para crescer. Ela se desenvolve de acordo com o plano da natureza.

Mas, aos poucos, ela começa a entender como deve avançar e em que os seus esforços devem ser focados. Ela começa a entender que o avanço é contra a nossa natureza e que devemos colocar os nossos desejos de lado, não esperando o corpo concordar com o avanço espiritual. Afinal, os interesses do corpo são absolutamente contrários a ele.

Então, temos que nos aconselhar em como realizar ações que o nosso desejo não suporta e que não trazem prazer ao seu espírito. Isso é intencional, e uma pessoa enfrenta tremenda esistência interna e ela não entende o porquê. Ela não entende como é possível avançar se repele tanto o desejo. Por que deveria funcionar se ela não preenche o seu desejo de forma como tem sido até agora?

Mesmo que eu deseje avançar contra o meu desejo, eu ainda tenho a imagem abstrata de alguma recompensa, pelo menos alguma coisa. Agimos muitas vezes contra a nossa vontade no trabalho, nos esportes, na realização dos nossos deveres familiares, e assim por diante. Aqui, pelo menos, é claro para nós o que a recompensa é e por que devemos agir.

Você não vai mesmo ser capaz de levantar um dedo se você não sentir que é gratificante. Seu corpo simplesmente não teria combustível para executar a ação. Onde você poderá obter esse “combustível”?

A busca por combustíveis, o pedido para essa fonte de alimentação externa, é chamado de “a busca pelo poder da fé”. Uma pessoa não quer trabalhar com seu próprio combustível, pois será, sem dúvida, egoísta, e ela realmente precisa de alguma energia externa e motivação.

Esta busca com o apoio do grupo traz a revelação da Luz que lhe dá o poder para avançar acima de seus desejos corporais. Agora, ela avança para não encher o seu egoísmo, mas na Luz da fé que lhe permite trabalhar acima de sua vontade egoísta.

Aqui, é preciso superar constantemente seu desejo. Estes passos são chamados de “quarenta anos de peregrinação no deserto”, em que uma pessoa recebe o poder de trabalhar sem qualquer remuneração para seus desejos. Suas ações estão acima dos seus desejos e contra eles, e o resultado não vai junto com seus desejos ou porque ela não vê qualquer benefício pessoal no mesmo.

No entanto, ela pode realizá-los! Seus desejos a apóiam, apesar da resistência, que é chamada de “fé acima da razão.” Quando uma pessoa pode trabalhar dessa maneira, ela se move para trabalhar com os desejos reais, e ainda pode usá-los no poder da fé, sem qualquer benefício egoísta, mas só por causa do Criador.

Ou seja, o caminho é dividido em duas partes. Primeiro, vamos subir acima de nosso desejo de receber o chamado “deserto.” Então, começamos a trabalhar com ele e entrar na “terra de Israel”.






Lição Diária de Cabalá 15/11/2011, Escritos do Rabash
Publicado no Blog do Rav Laitman em 20/11/2011

domingo, 13 de novembro de 2011

TEORIA OU PRÁTICA?


Qual é a melhor maneira de se conectar ao estudo técnico da Cabalá? O que é mais importante, a intenção ou o esforço em entender?
O estudo técnico da Cabalá sem a sua aplicação prática não faz nada. Você nunca será capaz de memorizar nada. Mesmo que você memorize alguns detalhes, isso não o ajudará, não o preencherá, nem o elevará. Só o trabalho espiritual pode elevar a pessoa.

Nós estudamos todo o sistema do Universo apenas para que possamos tentar compreendê-lo de alguma forma e determinar o que é importante para nós. Para nós é importante atrair a Luz superior, para sermos preenchidos com a Luz de Hassadim(Misericórdia) e ascendermos dos mundos de BYA para o mundo de Atzilut. Isto pode ser feito se nos unirmos. Ao nos unirmos, nós ascendemos a ZON do mundo de Atzilut, onde nos encontramos sob a influência da Luz que corrige.
Nós precisamos deste sistema apenas com o propósito de nos convencer a fazer as ações necessárias em conjunto. Então, a correção será realizada, e como resultado, cada um verá e sentirá a si mesmo dentro deste sistema integral. Ele o verá de verdade e será capaz de navegar livremente dentro dele. Este sistema é a conexão entre nós. No entanto, se não tentarmos nos conectar, nós não o revelaremos, porque os mundos existem entre nós.
Em outras palavras, quando nós desejamos um ao outro em equivalência de qualidades, na garantia mútua, nós revelamos os mundos e a Luz dentro dos mundos. A Luz geral que se revela é o Criador.

NÓS PRECISAMOS DE UM COMBUSTÍVEL NOVO


Nós precisamos receber de Cima o poder da fé chamada “arte”.Naturalmente, nós mesmos não a temos. E nesse caminho a pessoa vê o quão fraca ela é. Está escrito que o trabalho interior “enfraquece a pessoa” porque ela começa a sentir que não tem nada, exceto o desejo egoísta.
E se ela supostamente consegue superar seu egoísmo, isso simplesmente significa que um desejo egoísta maior derrotou um menor. Desta forma, em vez de avançar na direção da espiritualidade, ela está se movendo na direção oposta, usando um egoísmo ainda maior.
Às vezes as pessoas são muito bem sucedidas em seus estudos, elas trabalham e estudam muito, e você pensaria que uma grande força de doação as está conduzindo. Mas este não é o caso. Isto simplesmente é a grande força do egoísmo, porque elas percebem um benefício maior diante delas.
Nós sempre avançamos de “Lo Lishma” (para si mesmo) para “Lishma” (em prol da doação) e, naturalmente, agimos com a ajuda do nosso ego. Mas, ainda assim, a nossa responsabilidade é avaliar nossa verdadeira posição e as intenções que nos movem.
Gradualmente, conforme a pessoa exerce um esforço no estudo, na disseminação, e principalmente no trabalho no grupo, ela revela quão incapaz de qualquer coisa ela é. O homem percebe seu verdadeiro estado quando vê que não importa o quanto ele tenta superar o seu ego, colocando todos os seus esforços nisso, ainda é incapaz de fazer qualquer coisa com ele mesmo.
A pessoa passou todo o seu tempo trabalhando pela importância do objetivo, mas no final, ela perdeu sua força e percebeu seu mal. Ela entendeu que não tem nada, exceto o ego e que cada movimento seu é movido por um propósito egoísta. Como resultado, ela chega a um profundo estado de desespero, descrito da seguinte maneira: “Não há momento mais feliz na vida de uma pessoa do que quando ela se torna completamente decepcionada com seus poderes e sente total desamparo, e está pronta para uma oração completa”.
Uma oração completa é um pedido para adquirir o poder da fé. Então, o poder da grandeza da fé, a grandeza do Criador se veste nela, e, a pessoa continua trabalhando, mas com outro tipo de “combustível”.






Publicado em 
Lição Diária de Cabalá do Dr Laitman , Escritos do Rabash

domingo, 6 de novembro de 2011

O AMOR PELO CRIADOR E O AMOR PELAS CRIATURAS



O princípio do ama ao próximo como a ti mesmo é conhecido de todos, mas ainda há muita confusão em torno dele. Todos concordam que devem se amar, embora alguns desejem exterminar grande parte da humanidade fora do seu amor, pensando: “Essas pessoas infelizes! Por que elas deveriam sofrer?”. E é ainda mais surpreendente quão vagamente este princípio se reflete em diferentes religiões.


Como resultado, nós somos esfriados, e não estamos preocupados por não amar nosso próximo. Nossa educação e ambiente têm negligenciado completamente essa questão. Portanto, é hora de parar e pensar: Será que isso é realmente importante? Talvez seja suficiente dar ensinamentos morais às crianças e mostrar respeito elementar entre os adultos. Ou deveria o amor ao próximo ser a meta da vida a cada instante, para cada pessoa e para todos juntos? Nós deveríamos viver apenas para atingir esta qualidade o mais rápido possível?

Esta questão que enfrentamos é extremamente importante. Se nós estamos falando do significado da vida, da realização da meta para a qual viemos a este mundo, então por que nós negligenciamos tanto este princípio? Em essência, nós estamos muito longe de compreender o fato de que este princípio é a lei geral do universo e da natureza. Todas as outras leis que conhecemos, e especialmente aquelas que não conhecemos, giram em torno deste eixo.

Se nós quisermos entender a nós mesmos e o mundo em que vivemos, teremos que alcançar a lei geral da criação. Sem alcançar o amor ao próximo, não seremos capazes de descobrir quem somos e onde estamos. Esta é a chave que nos permite ver toda a imagem corretamente, para compreendê-la, senti-la, nos incluir nela e usá-la para a total auto realização.

Através da aquisição do amor ao próximo na prática, alcançamos a qualidade do Criador. Todas as outras leis são apenas facetas, expressões parciais desta lei fundamental da realidade. É semelhante à forma como a lei da gravidade pode ser expressa de diferentes maneiras, mas, como um todo, ela sempre determina como um objeto é atraído a outro.
Há um fenômeno geral e há casos particulares disso. Existe uma lei universal de doação, e para nós ela é antes de tudo expressa como princípio social, “ama teu próximo como a ti mesmo”. Ao realizar este princípio na sociedade, nós realizamos a lei universal. Ela nos controla, e se quisermos organizar bem nossas vidas, devemos aspirar realizá-la. 


Baal HaSulam, em “Amor pelo Criador e Amor pelos Seres Criados” diz que qualquer um que compre um escravo hebreu, é como se comprasse um mestre para si próprio. Isto quer dizer que se acontecer que uma pessoa tenha apenas uma almofada, ela deve dá-la ao seu servo.
“Ame o próximo como a si mesmo” é a segunda regra que enfrentamos depois de termos aprendido a não fazer aos outros o que odiamos. Esta condição em particular tem altos requisitos.

No estado de “amar o seu amigo como a si mesmo”, não é basta evitar a crítica ou considerar o seu amigo mais baixo que a si próprio. Você deve elevar o seu amigo acima de si mesmo de forma que ele se torne para si a coisa mais importante no mundo. De agora em diante, devo preocupar-me primeiro com ele, como uma mãe que se entrega naturalmente ao seu filho e renuncia a si própria de forma a fornecer-lhe tudo o que for necessário. Devemos relacionar-nos com toda a gente desta forma. Claro, não somos sequer capazes de pensar nisso. Esta condição é-nos tão detestável e repulsiva que não conseguimos sequer imaginar para nós próprios como poderíamos concretizá-la.


Contudo, a Luz que Corrige existe no mundo. Ela age no seu próprio ritmo, de acordo com o plano da criação, e aproxima-nos de forma a que aceitemos esta condição. Quer queiramos quer não, no fim, iremos precisar de satisfazê-la quer por vontade própria quer por pressão através do sofrimento. De uma forma ou de outra, estamos a falar sobre a lei da natureza que hoje está a trazer a toda a gente para o primeiro estado do caminho espiritual, para o princípio de “faça aos outros o que quiser que lhe façam a si”.

Todos nós precisamos sentir que estamos juntos no mesmo sistema, que estamos mutuamente ligados entre nós, que nos entendemos uns aos outros, e estamos dependentes uns dos outros. O sistema integral une-nos em todas as intenções e significados. Nós ainda descobriremos que cada desejo e pensamento de uma pessoa está ligado ao resto das almas.

Claro, não somos capaz de satisfazer esta condição, e nós certamente não a queremos satisfazer. Instintivamente, rejeita-mos e ignoramo-la. Não concordo com esta condição de tal forma que me esqueço imediatamente dela. Portanto, o que devo fazer?

A pessoa precisa realizar exercícios num grupo onde ela ainda assim queira fazê-lo. Ninguém me diz que preciso de perceber a condição em que eu me proíbo de fazer aos outros aquilo que eu detesto para mim próprio. Não consigo concretizá-lo contra o meu desejo, e muito menos amar os outros como a mim mesmo. Não é impossível forçar-me uma vez que não tenho controlo no meu coração. Contudo, sou capaz de realizar ações que irão mudar o meu coração.
Questões surgem aqui: Como posso eu querer algo assim? O que preciso fazer para isso? É aqui que reside um ponto de escolha: eu posso atrair a Luz que Coriige quer para o bem ou para o mal, um dos dois. No fim, eu quererei que ela venha, mas o que é que fará com que eu a queira?

Por um lado, podemos construir um ambiente que me impressionará com a grandeza e importância da meta e que irá direccionar-me para a doação e o amor mútuo. Sob a doação dos amigos, eu ainda desejarei mesmo o que não é importante para mim agora. Então, a Luz virá.

Assim, podemos sentir a falta dos nossos esforços como sofrimento, mesmo uma guerra mundial, até que no fim, precisaremos pedir a Luz que Corrige de qualquer jeito, pedir correção, e pedir bons relacionamentos entre os nossos semelhantes. Por exemplo, hoje, a existência de Israel está sob ameaça, e esta situação negativa deve acordar-nos para a correção. Você quer livrar-se das ameaças? Atraia a Luz que Corrige, e ela fará tudo por si. Nada ajudará além disso. Afinal de contas, um herói não ganha pela força.

Precisamos apenas de nos unir. A nossa unidade irá atrair a Luz ao nosso mundo, e corrigirá tudo. Fará isso gradualmente, de acordo com o seu programa que nós não sabemos. Mas em qualquer caso, a manifestação da Luz no mundo levar-nos-á para o bem.



Da aula diária de Cabalá de 27/10/11, e 30/10/11 www.kab.tv/  “O Amor Pelo Criador E O Amor Pelas Criaturas” Publicado em 27/10 e 02/11 respectivamente  no Blog do Rav:  laitman.com.br