Retirado do livro: "From Chaos to Harmony"
A evolução da natureza prova que o processo de transformação do mundo em uma aldeia global não é coincidência. Trata-se, na realidade, de um estágio natural, pelo qual a civilização evolui na direção de uma harmonia completa.
Segundo a bióloga evolucionista Elisabet Sahtouris, no final desse processo haverá um sistema cujas partes estarão interconectadas em reciprocidade e colaboração. Em 2005, em uma palestra proferida em uma conferência em Tóquio, Sahtouris esclareceu que a evolução é compreendida pelas fases de individualização, conflito e competição. Ao final desses estágios, os elementos unem-se a um único e harmonioso sistema.
A bióloga deu como exemplo o processo evolutivo da vida na Terra. Bilhões de anos atrás, a Terra era habitada por bactérias. As bactérias proliferaram e passaram a competir por recursos naturais, como alimentos e territórios. Consequentemente, uma nova entidade – a colônia de bactérias – foi formada, uma vez que estava mais adequada às condições do meio ambiente.
A bactéria é, na verdade, uma comunidade de bactérias que funcionam como um organismo único. De acordo com essas regras, as criaturas unicelulares começam a evoluir e tornam-se multicelulares, em ultima instância formando órgãos mais complexos como plantas, animais e seres humanos.
Cada elemento distinto possui um interesse pessoal, egoísta. Todavia, a essência da evolução é que os elementos com interesse pessoal se unem em um corpo único e trabalham pelo interesse coletivo daquele agrupamento. Sahtourius observa o processo pelo qual passa a humanidade atualmente como um passo necessário para a formação de uma única família humana - uma comunidade que irá trabalhar pelo interesse de todos, desde que funcionemos como uma parte saudável dela.
Portanto, se examinarmos com atenção os elementos da Natureza, veremos que o altruísmo é a base para a vida. Cada organismo vivo e cada sistema consiste na reunião de células ou partes que cooperam, complementam umas as outras e se ajudam. Elas compartilham e sobrevivem pela lei altruísta: “Um por todos”. Ao observarmos atentamente a Natureza, descobriremos mais exemplos de conectividade recíproca e, assim, perceberemos que a lei geral da Natureza é a “conexão altruística entre elementos egoístas”.
A Natureza concebeu a vida de tal forma que cada célula deve tornar-se altruísta em relação às demais para que se crie um organismo vivo. A Natureza criou a regularidade pela qual a adesão que une as células e os órgãos como um órgão vivo ocorre pelo relacionamento altruísta entre eles. Percebe-se, portanto, que a força que cria e mantém a vida é altruísta, a força do doar e compartilhar e que seu objetivo é criar uma vida baseada na existência altruísta, harmoniosa e balanceada entre todos os seus elementos.
Texto original:In Nature, Everything Moves Toward Unity