Páginas

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O Último Super-Homem

O Último Super-Homem

O mundo está desesperadamente à procura de heróis, pessoas que nos levarão para fora das crises que estão nos  atingindo. Pode o presidente Obama lidar habilmente com essa situação e derrotar os vilões da ganância e do egoísmo?

Recentemente, houve boatos de que Barack Obama se sentiu tentado a entrar em uma oferta de preços por uma edição rara e única do Superman em quadrinhos. Os rumores começaram a se estabelecer quando foi anunciado que o presidente norte-americano não estaria participando do leilão (e, além disso, ele é um fã do Homem-Aranha, não do Superman). E, por fim, a conversa finalizou quando a revista foi vendida para outra pessoa por $ 325,000 dólares (quase o salário anual de Obama).

Ainda assim, o fato dos  rumores terem iniciado é muito mais que uma coincidência. Superman é um símbolo claro do sonho americano, ele é o ‘último’ vaqueiro , o anjo redentor de uma nova era. Apesar do passar das décadas,  desde que ele foi visto voando sobre Metrópolis, e o fluxo constante de heróis que têm inundado o mundo desde então, não há dúvida de que o cavaleiro azul na capa vermelha ainda é o número um.

Não é de se admirar que as pessoas estejam associando Obama a Superman, como se pedindo que os dois unam forças e derrotem a escalada da crise. O discurso arrebatador e inaugural de Obama perante o Congresso foi um testemunho perfeito a isso. Foi um discurso clássico de Superman.

Superman, como todos sabemos, sempre "emerge mais forte do que antes" após uma crise. Ele sempre sai por cima e obtém o controle de tudo, mesmo quando tudo parece perdido. Ele salva o mundo de uma catástrofe completa no último momento, e recebe uma salva de aplausos a seguir.

                       
                                    O Superman ainda pode prevalecer?

O único problema é que Obama está tentando ser Super-Homem em uma era pós-Super-Homem, uma era onde não há lugar para super heróis mitológicos, envoltos em uma aura de solidão heróica. Obama, como o resto dos líderes mundiais, tem de compreender que nenhum dos métodos antigos irá auxiliá-lo a resolver essa crise, porque a realidade mudou. Não são apenas as regras do jogo que mudaram; estamos jogando um jogo completamente novo.

Até recentemente, vivíamos em um mundo individualista, onde o planeta era governado por oportunistas financeiros onipotentes e brilhantes, de egos gigantes e astutos. Agora, porém, a situação mudou completamente. É como se um pescador gigante e invisível  tivesse capturado a humanidade dentro de uma rede global e a tivesse pendurado, deixando a todos perdidos e perplexos. Os ‘ gordos tubarões’ de Wall Street de repente se encontraram lançados no mesmo barco que o menor dos "peixinhos" em Istambul, todos com falta de ar juntos e ao mesmo tempo.

Nesta nova era, o colapso do sistema financeiro está claramente nos mostrando que o fato de ‘usar’outras pessoas, ou até mesmo apenas cuidar de si, é uma espada punitiva de dois gumes. Nossa ambição, também conhecida como o ego, deixou de ser um amigo leal que nos ajuda a chegar à frente e tornou-se um inimigo perigoso. E agora, a grande questão é: quem vai salvar o mundo de si mesmo?

                                  
Novos Heróis para uma Nova Era

Não há dúvida de que estamos com uma extrema necessidade de novos heróis. Para encontrá-los, temos que  reorganizar nosso sistema de valores completo e alterar a fórmula para a prosperidade daquela que diz: "O sucesso vem de ‘usar’ outras pessoas," para o contrário ", o sucesso vem de interesse mútuo." Ou, nas palavras do primeiro-ministro britânico Gordon Brown para ativistas sindicais em Bristol, "Nossa tarefa deve ser nada menos do que reconstruir um sistema financeiro que falhou e, em seguida, criar uma
 economia em que os bancos já não estão sirvam a si mesmos, mas sirvam  ao público. "

Nosso novo mundo, interligado e interrelacionado exige novos super-heróis, que entenderão que o verdadeiro inimigo é encontrado no interior. Um verdadeiro herói será alguém que saiba como conquistar sua própria inclinação ao mal, sua própria ganância e sua forma egocêntrica de pensar. Os líderes de amanhã serão as pessoas ou nações que sabem que terão que encorajar o apoio mútuo e que fortalecerão as conexões entre as pessoas, sendo capazes de ver aos outros como heróis, também.

Os novos super-heróis comunicarão as leis de integração e unificação, necessárias à nossa existência, para as próximas gerações. Eles ensinarão as pessoas a verem a si mesmas e a outras, como órgãos de um corpo, existentes dentro de uma natureza, como um Super-Homem universal. E, assim como em um corpo, o cuidado mútuo em benefício do todo gera  harmonia e vida, enquanto o cuidado apenas consigo, resulta em câncer. O novo Super Homem nos ajudará a  entendermos que isso também se aplica ao nosso corpo único e unificado da humanidade, e uma vez que isso for por nós entendido,  recuperaremos a vida nos sistemas que agora necessitam de ar.

Obama poderia ser  o Super Homem? Só o tempo dirá. Ele é um começo promissor. Ele mostra uma grande vontade de mudar o mundo para melhor e possui uma personalidade que incorpora uma mistura única de países e povos. A única questão é se ele será sábio o suficiente para definir o bom exemplo para outros líderes mundiais a seguir. Caso contrário, ele poderá se encontrar esculpido nas páginas da história como o último Super Homem egoísta.