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domingo, 5 de junho de 2011

Garanta Sua Saída da Crise: Aprendendo com a natureza

Dr Michael Laitman



A melhor maneira de corrigir os erros cometidos é aprender com aqueles que fizeram as coisas certas. Nesse caso, a natureza é o nosso modelo exemplar e de êxito comprovado, portanto ela deveria ser nossa professora.



Um Caminho Para Sair do Bosque

Para ver como podemos deixar o desejo de doar entrar em nossa vida, vamos olhar como a natureza o faz. Percebemos o mundo exterior usando os nossos sentidos, e acreditamos que a imagem da realidade fornecida pelos nossos sentidos  é exata e de confiança.  Mas será que é?

Quantas vezes andamos com um amigo, e o amigo ouve algo que nos escapou? Bem, só porque nós não ouvimos aquele som, não significa que não houve nenhum som. Tudo que significa é que os nossos sentidos não o detectaram, ou que não prestamos atenção. Ou talvez o nosso amigo estivesse alucinando!

Nas três possibilidades, a realidade objetiva é a mesma, mas a nossa percepção dela não é. Em outras palavras, nós não sabemos como é a verdadeira realidade, ou se ela existe de fato. O que sabemos é o que percebemos dela.

Então como a percebemos? Usamos um processo descrito como “equivalência de forma.” Cada um de nossos sentidos responde a um tipo diferente de estímulo, mas todos os nossos sentidos trabalham de forma semelhante. Quando um raio de luz, por exemplo, penetra na minha pupila, os neurônios da minha retina criam um modelo da imagem externa.   Este modelo é então codificado e transferido para o meu cérebro, que decodifica os pulsos e reconstrói a imagem. Um processo semelhante ocorre quando um som atinge os nossos tímpanos ou quando algo toca a nossa pele.

Em outras palavras, o meu cérebro utiliza meus sentidos para criar um modelo ou uma forma igual ao objeto externo.  Mas se o meu modelo é inexato, eu nunca saberei e acreditarei que o objeto ou som real é o mesmo que o modelo que criei na minha mente.

O principio da “equivalência da forma” não se aplica apenas aos nossos sentidos, mas também ao o nosso comportamento, as Crianças, por exemplo, aprendem pela repetição do comportamento que vêem a sua volta. Chamamos isso de “imitação”.  Ansiosos para conhecer o mundo em que nasceram e sem conhecimentos lingüísticos, as crianças usam a imitação como meio para adquirir competências como sentar e levantar, falar e o usar talheres. Quando falamos, eles observam como movemos os nossos lábios. É por isso que os pais são aconselhados a falar claramente com as crianças (mas não em voz alta, elas podem ouvir melhor do que a gente).  Imitando-nos, as crianças criam as mesmas formas (movimentos e sons) como o fazemos, e assim aprendem sobre o mundo em que vivem.

Na verdade, não só as crianças aprendem dessa forma, mas o conjunto da natureza é uma prova da eficácia da aprendizagem através da equivalência de forma. É emocionante ver os filhotes de leão brincar. Eles se agacham numa cilada, se atacando uns aos outros com o entusiasmo da juventude. Eles perseguem tudo, desde sombras, a insetos, a antílopes. Há pouco perigo de eles realmente capturarem algo nesta fase, mas para eles, perseguir não é apenas um jogo.  Atuando desta forma eles despertam os papéis de caçadores para a vida.  Sem isso eles não poderiam sobreviver porque não saberiam abater a sua presa que vai alimentá-los e sustentá-los.

Se quisermos perceber o desejo de doar, tudo que precisamos fazer é criar uma imagem do mesmo dentro de nós.  Se prestarmos atenção aos nossos pensamentos e desejos enquanto agimos em atos de doação, descobriremos dentro de nós um desejo semelhante ao desejo de doar que existe na natureza.  Assim, tão naturalmente como as crianças descobrem a fala imitando sons e sílabas, nós descobriremos o desejo de doar imitando o doar.

Pode levar um tempo até sabermos como receber e doar como a natureza o faz, mas a prática traz a perfeição e assim conseguiremos. E quando assim o fizermos, nossa vida vai ser um ilimitado fluxo de revelações tão profundas e ricas que nos admiraremos de quão cegos éramos até então.

No mundo de hoje, não podemos esquecer o funcionamento do desejo de doar.  não estamos em Babel, onde as pessoas poderiam evitar atrito entre elas ao se mudarem para terras estrangeiras. Porque habitamos todos os cantos do globo, não temos para onde ir.  Além disso, nos conectamos com tanta força uns aos outros que seria mais fácil transformar ovos mexidos em ovos não mexidos do que desfazer as nossas conexões globais.

E isso não é uma coisa ruim. Sem conexões globais, onde conseguiríamos mercadorias tão baratas como as fornecidas pela China e índia?  E quem daria trabalho e pão para os trabalhadores desses países? Agora que a economia mundial está atravessando um gigantesco declínio, podemos ver quão benéfica a globalização pode ser se a usarmos devidamente.

Na realidade, o mundo é a mesma megalópole que foi nos tempos de Babel, mas agora somos aquela megalópole em escala global. Não podemos nos dispersar, portanto devemos nos unir ou nos destruir mutuamente. Somos um todo único, um corpo, e temos de aprender a fazer a nossa a parte. Quanto mais adiarmos a nossa atuação, nos tornaremos menos saudáveis assim como a nossa sociedade também.

Assim, para evitar nos destruirmos uns aos outros, vamos todos decidir como sair desta crise juntos.


Publicado em:
Garanta Sua Saída da Crise: Como Você Pode Sair Forte da Crise mundial -. Por Michael Laitman Parte II – Capítulo 8 -  págs.43 a 46.
http://www.kabbalah.info/brazilkab/bibliotecaFrameset.htm