Dr. Michael Laitman
A Cabalá ensina sobre desejos e como satisfaze-los. Ela tem investigado a alma humana e seu desenvolvimento desde seu simples começo como uma semente espiritual, à sua culminação como a Árvore da Vida. Logo que você capturar a essência dela, você aprenderá o restante dentro de seu próprio coração.
A Cabalá ensina sobre desejos e como satisfaze-los. Ela tem investigado a alma humana e seu desenvolvimento desde seu simples começo como uma semente espiritual, à sua culminação como a Árvore da Vida. Logo que você capturar a essência dela, você aprenderá o restante dentro de seu próprio coração.
POR TRÁS DE PORTAS FECHADAS
O homem... se ele é educado insuficientemente ou
de forma imprópria, ele é a mais selvagem das
criaturas terrestres.
- Platão, As Leis
O conhecimento sempre foi considerado um bem. A espionagem não é uma invenção dos tempos modernos; ela existe desde a alvorada da história. Mas ela existiu porque o conhecimento sempre foi revelado na base do precisar saber, e a única disputa era sobre quem precisava saber.
No passado, os conhecedores eram chamados de “sábios,” e o conhecimento que eles possuíram era o dos segredos da Natureza. Os sábios esconderam seu conhecimento, temendo que ele pudesse cair nas mãos daqueles que eles consideravam indignos.
Mas como determinamos quem merece saber? O fato de eu ter algum pedaço de informação exclusivo me dá o direito de esconde-lo? Naturalmente, pessoa alguma iria concordar que ela não merece saber; assim nós tentamos “roubar” qualquer informação que queiramos, que não está acessível abertamente.
Mas este nem sempre foi o caso. Há muitos anos atrás, antes do egoísmo alcançar seu nível mais elevado, as pessoas consideravam o bem coletivo antes de considerar o seu próprio.
De fato, mesmo antes de a humanidade alcançar o quarto nível do desejo, eruditos começaram a vender sua sabedoria para obterem benefícios materiais como o dinheiro, a honra, e o poder. Conforme cresceram as tentações, as pessoas não mais puderam manter seu modo de vida modesto e dirigir seus esforços inteiramente à investigação da Natureza. Ao invés disso, estas pessoas sábias começaram a usar seu conhecimento para obterem prazeres materiais.
Hoje, com o progresso da tecnologia e com o maior ímpeto de nossos egos, o mau uso do conhecimento tornou-se a regra. Assim, quanto mais a tecnologia progride, mais perigoso estamos nos tornando para nós mesmos e para nosso ambiente.
Conforme nos tornamos mais poderosos, estamos mais tentados a usar nosso poder para obtermos o que queremos. Como já foi dito anteriormente, o desejo de receber consiste de quatro níveis de intensidade. Quanto mais poderoso se torna, maior o nosso declínio moral e social. Não é, então, de se surpreender que estejamos numa crise. É também bastante claro o porquê dos sábios terem escondido seu conhecimento, e o porquê do próprio egoísmo crescente deles compeli-los a revela-lo.
Sem mudarmos a nós mesmos, conhecimento e progresso não irão nos ajudar. Eles apenas produzirão prejuízos maiores do que já temos. Portanto, seria totalmente ingênuo esperar que o avanço científico mantenha sua promessa de uma boa vida. Se queremos um futuro mais brilhante, precisamos apenas mudar a nós mesmos.
A EVOLUÇÃO DOS DESEJOS
A afirmação de que a natureza humana é egoísta é estranha para se fazer qualquer manchete. Mas porque somos naturalmente egoístas, somos todos, sem exceção, propensos a fazer um mau uso do que sabemos. Esta propensão não significa que usaremos nosso conhecimento para cometer um crime. Ela pode expressar-se em coisas bastante pequenas, aparentemente insignificantes, como conseguir ser promovido no trabalho enquanto não merecemos, ou afastar a pessoa amada de nosso melhor amigo para longe dele.
A verdadeira notícia sobre o egoísmo não é que a natureza humana é egoísta; é que eu sou um egoísta. A primeira vez que confrontamos nosso próprio egoísmo é uma experiência completamente esclarecedora. É como se tornar sóbrio, é uma grande dor de cabeça.
Há uma boa razão pela qual nosso desejo de receber constantemente se desenvolve, e nós iremos falar dela daqui a pouco. Mas por enquanto, vamos nos focar no papel desta evolução da maneira em que adquirimos conhecimento.
Quando um novo desejo surge, ele cria novas necessidades. E quando procuramos por maneiras de satisfazer estas necessidades, desenvolvemos e aperfeiçoamos nossas mentes. Em outras palavras, é a evolução do desejo de receber prazer que cria a evolução.Uma olhada na história humana da perspectiva da evolução dos desejos mostra como estes crescentes desejos geraram cada conceito, descoberta, e invenção. Cada inovação, de fato, tem sido uma ferramenta que nos ajuda a satisfazer as necessidades e demandas crescentes que nossos desejos criam.
Existem cinco níveis em nossos desejos, divididos em três grupos. O primeiro grupo é o do desejo animal (por alimento, reprodução, e por um lar); o segundo é o dos desejos humanos (por dinheiro, honra, conhecimento), e o terceiro grupo é o do desejo espiritual (o “ponto no coração”).
Enquanto apenas os dois primeiros grupos estiveram ativos, nós procurávamos “domar” nossos desejos através da rotina, e suprimi-los. Quando o “ponto no coração” surgiu, as duas primeiras maneiras não mais cumpriram seu papel, e tivemos que procurar por uma outra maneira. Isto foi quando a sabedoria da Cabalá reapareceu, depois de ter sido escondida por milhares de anos, esperando pelo momento em que seria necessária.
A sabedoria da Cabalá é o meio para o nosso Tikkun (correção). Usando-a, podemos mudar nossa Kavaná (intenção) de querermos gratificação própria, definida como egoísmo, para querermos gratificar a Natureza toda, o Criador, definida como altruísmo.
A crise global que estamos experimentando hoje é uma crise de desejos. Quando usarmos a sabedoria da Cabalá para satisfazer o último e maior desejo de todos – o desejo pela espiritualidade – todos problemas serão resolvidos automaticamente, porque a raiz deles está na insatisfação espiritual que muitos estão experimentando atualmente.A Cabalá Revelada - O Guia da Pessoa Comum para uma Vida Mais Tranqüila - Rav Michael Laitman, PhD - Capitulo 2 pags 41 a 48.