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sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Podemos parar de sermos egoístas?

Podemos parar de sermos egoístas?

Como Greedy Scrooge tem conseguido manter sua popularidade entre os jovens, ricos, velhos e em todas as nacionalidades por mais de cem anos? Talvez porque nós todos podemos ver nossa própria reflexão nele? Ou talvez porque essa história nos traz um desejo de transformação pessoal?

Um dos personagens mais duradouros da literatura é do conto clássico de Charles Dickens‘, Ebenezer Scrooge, um negociante de coração frio, além de ser grosso e avarento, Que dedicou toda sua vida a acumulação de riqueza. “Ah! Mas ele era um mão fechada - Scrooge! Um pecador, um velho nojento!” inicia assim a história. E embora adoramos odiar Scrooge, há algo que nenhum de nós se importa em admitir - profundamente, essa descrição se aplica a todos nós de uma maneira ou de outra. Todos nós queremos que coisas boas venham para nós.

Nem todos podem estar obcecados com dinheiro, como Scrooge, mas há vários prazeres que podem nos tentar - como respeito, conhecimento, poder ou até mesmo o sentimento caloroso que vem de uma ‘boa’ pessoa. O único problema é que, assim como Scrooge, muitos de nós consegue essas recompensas a custo das outras pessoas. O grande cabalista, Baal HaSulam, soma tudo no artigo “Paz no mundo” com essas palavras: “A natureza de cada individuo é explorar as vidas de todas as outras pessoas no mundo para seu próprio beneficio”. Então, Scrooge também se parece conosco e nos afasta porque ele se tornou trabalho do autobenefício.

É hora de enfrentar o Scrooge dentro de nós
Até agora foi fácil fechar nossos olhos em relação ao fato que “Scrooge” está dento de todos nós. Apesar disso, conseguimos nos dar bem agindo dessa maneira por milhares de anos. Mas a crise financeira atual está nos deixando cara a cara com a nossa verdadeira natureza e o nosso alarme interno está gritando que nós devemos agora passar por uma transformação. Para Scrooge, tal transformação começou quando seu amigo morto, Marley, o visita e vem conversar em relação ao futuro difícil que está por vir se ele continuar a viver de uma maneira tão mesquinha.

Depois da partida de Marley, Scroogie foi visitado por três fantasmas que mostram a ele seu passado, presente e provável futuro. Lentamente, mas sinceramente, Scrooge foi forçado a abrir seus olhos para ver quem ele realmente é e o impacto que tem sobre quem está a sua volta. Ele recorda de sua infância miserável e vê que apesar de toda sua vida de acumulação, só havia poucas faíscas de amor e bondade que entraram na vida dele.

Mas o fantasma do presente chama a atenção de Scrooge, de fora de si para considerar o resto da humanidade. No meio de toda a generosidade da temporada de férias, o fantasma retira suas roupas para revelar duas crianças - Ignorância e Querer - “destruídoras, ofensivas, miseráveis, medrosas”. Essas crianças - Ignorância e Querer - são produtos dos excessos pelos quais Scrooge tinha prazer - embora, claramente, ele nunca tinha tido um real prazer disso. Porque não?

Cabala explica que tudo que nós queremos receber além das nossas necessidades se transforma dentro de nós num vazio e expande nosso desejo por prazer a um nível que nunca poderemos realizar. Então, nos tornamos mais ainda orgulhosos na nossa procura por excessivo e inecessário prazer. E o mais recebemos para nós mesmos, menos deixamos para os outros. Isso é a raiz do problema que criou essas duas crianças com toda sua miséria. Hoje, estamos também recebendo a visita do fantasma do Presente, que está nos forçando a confrontar as conseqüências da nossa natureza. Mas desta vez, o fantasma se chama “A crise financeira Global.”

Eu não sou o homem que eu era!
Após as visitas terminarem, Scrooge não consegue agüentar a si próprio. Ele, do fundo do seu coração, fez uma resa: “Espírito!”, ele chorou, apertando-se.. contraindo-se “Me escute. Eu não sou o homem que eu era. Eu não serei mais.. eu devo ter sido, mas fui por um certo tempo. Porque tu me mostrou isso, se estou sem esperança alguma?” Nós também, estamos sem esperança (ou sem ajuda) para mudar nossa natureza. Mas cabala nos diz que pode ser feito com ajuda da “força superior”, se nós fizermos a “reza perfeita”.
Traduzindo ao inglês, isso significa que devemos chegar a um entendimento interno, que nos mostra que não podemos continuar a viver da maneira que estivemos vivendo, bem como recusar nossa natureza egoísta. Em tal ponto, seremos transformados pela virtude de “uma força superior” que significa que nosso futuro, mais desenvolvido e num estado altruísta, será revelado a nós em resposta ao nosso pedido interno.
O pedido de Scrooge foi respondido. Ele acordou sendo um homem novo cheio de consideração e compaixão pelo próximo. Como Dickens concluiu “Scrooge ficou melhor do que suas palavras. Ele fez tudo.. e infinitamente mais.. Ele se tornou tão bom como um amigo, como m mestre.. um homem… como a velha cidade o conhecia ou qualquer outra velha cidade, ou vizinhança.. no bom e velho mundo.”
Cabala nos ensina que para construir um mundo seguro, prospero, cheio de paz e feliz, devemos chegar ao nível espiritual chamado “Ame o próximo como a ti mesmo”. Isso significa que nós estaremos mais preocupados com o bem estar dos outros do que o nosso, como Baal HaSulam escreveu no artigo mencionado antes: “O que precisa ser corrigido é que cada um de nós entenda que seu benefício pessoal e o da sociedade são um e o mesmo. Isso é como o mundo vai chegar a sua completa correção.”
Agora mesmo, enquanto não chegamos ainda a transformação, parece paradoxo que o quanto mais focarmos em realizar o próximo, mais realizados estaremos - mas isso é o que vai acontecer. Então, a fase “Bah” Humilde!” será eliminada do nosso vocabulário.