Major Tom, Está me Escutando?
por Michael R. Kellogg
A fronteira final não é em algum lugar do espaço, mas sim, escondida profundamente dentro de cada um de nós
“Espaço, a última fronteira…” Havia tempos quando milhões de pessoas seguravam sua respiração enquanto essas palavras de abertura da série de TV “Guerra nas Estrelas” eram escutadas junto com a música de fundo, a nave espacial Enterprise estragou, em seguida, na sua jornada enroscada para descobrir estranhos novos mundos.
Até os últimos anos, a pesquisa espacial era a grande esperança para o desejo da raça humana pela descoberta; uma maravilhosa aventura que nos une. Depois que tudo no nosso planeta foi conquistado e não existia nada a mais restante para descobrir, novos horizontes de repente surgiram quando a “Época do espaço” começou na segunda metade do século 20. As primeiras poucas viagens para o espaço sideral escureceram muito as lendas de viagem dos grandes descobridores: Marco Pólo, Cristóvao Colombo, Fernão de Magalhães e outros. A lua, que foi sempre vista como um intocável céu crescente, de repente, se tornou num objeto tocável, um lugar onde uma pessoa pode caminhar e até mesmo plantar uma bandeira. As seguintes ondas de astronautas, shuttles espaciais e satélites que preencheriam o céu inspirou grandes artistas do tempo, como Asimov, Kubrick, David Bowie e outros para criar fantasias ficcionais de arrepiar os nossos cabelos.
E enquanto a pesquisa espacial continua excitante até hoje, é difícil ignorar o fato de que a indústria espacial está ainda longe de satisfazer as esperanças que abrigamos. A poça d’água descoberta recentemente na lua é certamente uma importante revelação. Mas o que aconteceu com os sonhos que imaginamos? Ainda se apegando a essas esperanças, a última edição da capa da National Geographic declarou que nós ainda estamos procurando por outra “Terra” nós céus. Então o que sobre todos esses mundos e criaturas que nós esperamos encontrar? Porque não encontramos formas de vida além do nosso mundo? É possível que toda a exploração tenha sido em vão e não há nada “lá fora”? Ou talvez não estejamos procurando no lugar certo...
Uma Contração da História do Tempo
Durante milênios, a sabedoria da cabala tem dito que o universo não contém nenhuma outra criatura inteligente além do homem. Desapontante como parece ser, não há possibilidade de encontrar criaturas verdes em Marte. Mas há algo ainda melhor para os de nós que desejam ser exploradores aventureiros: Há uma enorme, invisível força que cerca e preenche o universo que nós podemos alcançar. Que força é essa?
Na metade do século 16, com o surgimento de um homem chamado Isaque Luria, conhecido como “O Ari”, em Tsfat, Israel, uma janela para o entendimento dessa força foi aberta. Um minuto antes de o astrônomo Galileu começar a surpreender e confundir o mundo com suas descobertas maravilhosas do espaço, o Ari desenvolveu um telescópio diferente, esse, direcionado para o dentro do homem, nos mistérios do coração humano. Através das lentes desse telescópio, o Ari revelou a cosmologia do universo. Na linguagem poética do seu tempo, ele inicia a revelação dessa forma:
Contemplar o que, na frente das emanações, foi emanado e as criaturas foram criadas,
A Simples Luz Superior preencheu toda e existência
E não existiam lugares, somo uma atmosfera vazia, um oco, ou um buraco,
Mas tudo era preenchido com a Simples, Sem limites, Luz.
Com essas palavras de início no seu livro A Árvore da Vida, o Ari descreve o ponto inicial da criação. Em tal ponto, um poder chamado de “o criador” trouxe uma força chamada “a criação”, que constitui um receptor para receber prazer ilimitado e amor. Esse receptor estava em “maravilhosa e misteriosa” unidade com seu criador, sem espaço vazio algum, vácuo ou borda entre eles.
No entanto, para permitir que a criação desenvolva uma identidade independente, o criador executou um ato especial chamado “restrição”. O ato intencional criou uma divisão entre a criatura e o prazer abundante. Usando a restrição, a criatura se separou do criador até que houvesse uma completa desunião entre eles e supressão de um em relação ao outro. A restrição determina que ,de agora em diante, a criação possa conectar-se ao criador somente por adquirir a qualidade de doação do mesmo. É dessa maneira que o criador será revelado para a criação.
No método do Ari, todo esse processo é descrito através de uma estrutura de dez esferas concêntricas, com um ponto central representando a criação e os setores em volta representando o espaço entre a criação e o criador. Atravessando todas as esferas há uma “fina linha” de luz que se origina do estado inicial criado, Infinidade e penetra tudo, até chegar ao ponto central.
Essa fagulha de luz é o que iniciou a criação do universo físico conhecido pra nós. Ainda, esse universo é tudo, mas, uma pequena gota da completa realidade, onde nós estamos somente no estágio inicial do processo de exploração.
Odisséia Espiritual do Espaço
Para que a criatura possa readquirir o conhecimento do criador que foi perdido após a restrição, ela deve embarcar numa longa e aventurosa jornada designada para expandir o ponto central de volta à sua original, completa e ilimitada forma. Baal HaSulam, o Cabalista que interpretou a Arvore da Vida para os nossos tempos, explicou que primeiramente, e antes de tudo, nós devemos entender que não estamos explorando o espaço físico. O espaço espiritual que nós revelamos é um espaço dentro de nós que nos separa do Criador.
Movimento spiritual é uma mudança nas qualidades. Então, o quanto mais mudarmos a maneira que usamos nossa natureza criada – a vontade de receber, e fazê-la com que fique similar à do criador – a vontade de doar, o mais nós vamos reduzir o espaço vazio entre nós e o criador. Assim como um foguete do espaço que é lançado da terra. e que passa através de várias camadas da atmosfera; nós, no nosso caso, cruzamos as camadas de encobrimento que nos separam do criador.
No ultimo estágio chamado “o fim da correção”, nós retornamos ao mesmo estado de eterna unidade e harmonia com a luz como nós estávamos antes da restrição, mas desta vez, fazemos isso com total consciência e livre arbítrio. É precisamente o desligamento e vazio que nós sentimos que nos permite que construímos esse novo, maduro relacionamento com a força criativa de todo o universo. Nós então nos tornamos um receptor no qual o prazer inicial é multiplicado mil vezes. Então, como tudo isso é relacionado à pesquisa espacial da nossa era? O que é a conexão entre foguetes, shuttles, satélites e vida extraterrestre e o fim da correção?
Um Guia para o Caroneiro no Espaço
O desejo intenso de explorar o espaço e procurar por novos mundos se origina de um interno, profundo e justificado sentimento de que nós não estamos sozinhos. No entanto, ao invés de procurar por companheiros que são aliens no espaço, nós precisamos embarcar na verdadeira procura: a procura pelo criador. Cabalistas são as pessoas que já experimentaram toda essa jornada e chegaram ao resultado final. Baseado na sua pesquisa, eles criaram um mapa que podemos usar par seguir os seus mesmos passos. Os livros que eles escreverem foram estruturados como um guia especial para uma pessoa que deseja chegar a uma alta dimensão de existência.
Isso não é ficção científica. Usando uma linguagem especial, os Cabalistas nos contam sobre os futuros estados que cada um de nós vai sentir na maneira mais real e clara possível. Através da leitura de livros cabalísticos, com um forte desejo de sentir o que eles estão descrevendo, nós aproximamos uma força do nosso futuro, uma situação mais avançada, que nós puxa “para cima” em direção a tal realidade. Tal força age na nossa natureza criada, a vontade de receber, e gradualmente expande de um pequeno ponto vazio, para um receptor completo para receber a infinita luz superior.